Jornalista demitida por TV às vésperas do Natal leva caso para Justiça

Reprodução/TV Cultura

Está marcada para esta quarta-feira (2) a audiência da jornalista Cláudia Tavares em ação movida contra a TV Cultura.

Conforme noticiado pela coluna, a profissional foi demitida no meio do plantão de Natal, no ano passado, fato que revoltou colegas de emissora. Como se não bastasse, ela ainda tinha estabilidade de 1 ano e fazia parte da CIPA, a comissão interna de prevenção de acidentes. “Foi uma demissão ilegal”, disse Tavares. A dois anos da sua aposentadoria , se tudo der certo, vai pedir reintegração.

Com mais de 20 anos de casa, o desligamento pegou a jornalista de surpresa e, à época, ela fez um longo desabafo: “Coragem vem de core, coração. Meu grande guia. Dia 21 de dezembro de 2016 , dia da festa de confraternização dos funcionários da TV Cultura de São Paulo, fica marcado como o dia em que a emissora decidiu não contar mais com meu trabalho como repórter. Foi no meio do plantão de Natal. Na Redação, nenhum chefe. Parece que o dia foi escolhido a dedo para que ninguém me olhasse nos olhos…”, narrou a jornalista, então integrante da equipe do programa Repórter Eco.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

Direito de resposta da Cultura

A respeito de nota publicada na coluna do dia 24, apesar da Cultura ser consultada na data, apenas agora houve uma manifestação oficial, aqui publicada na íntegra: “O cenário desenhado pelo jornalista Flávio Ricco em coluna publicada na íntegra: “O cenário desenhado pelo jornalista Flávio Ricco em coluna publicada nesta quarta-feira (24) é incompatível com a realidade da TV Cultura. Hoje, a emissora está em pleno equilíbrio financeiro, com superávit em 2015 e 2016, expansão de alcance da rede e renovação de grade. Sem dados concretos, as afirmações feitas pelo jornalista se apoiam em um decreto governamental de 2015, mantido em 2016 e 2017, que diz respeito não só à Fundação Padre Anchieta (FPA), mas a todas as instituições vinculadas ao governo do Estado de São Paulo. A TV Cultura repudia o noticiado e reforça que a FPA e suas emissoras contam com profissionais especializados que levam ao ar a programação de qualidade da instituição. Prova disso são as estreias TERRADOIS, Sésamo, Campus em Ação e Momento Papo de Mãe, todas deste ano, e as novas temporadas e melhorias de Metrópolis, Cultura Livre, Manos e Minas, Persona em Foco e Quintal da Cultura. Entre as novas atrações nacionais e internacionais estão Máximo e Confúcio, Rota da Inovação, Godofredo e Word On The Street. Por meio de abertura para chamada pública PRODAV 01, a emissora selecionará, nos próximos meses, até 25 projetos de ficção, animação e documentário para exibição. Na frente digital, a TV Cultura apresentou crescimento médio de 46% em suas redes sociais no último ano, a exemplo do Roda Viva, com expansão de 125%. No YouTube, a emissora cresceu 110%, com transmissões simultâneas e conteúdo exclusivo para web. Hoje, a programação da TV Cultura está presente nas cinco regiões do País, disponível para 126 milhões de pessoas em canal aberto, quase o dobro do alcance em 2013, de 68 milhões de habitantes. Junto a 95 afiliadas, seu sinal chega a 25 estados e mais de dois mil municípios. Com o título de segunda melhor emissora do mundo em qualidade de programação, de acordo com pesquisa encomendada pela BBC em 2014, a Cultura conquistou nos últimos anos diversos prêmios, entre eles o International Emmy Kids Awards e o Grande Prêmio da Crítica da APCA. Os esforços também foram evidenciados pelo jornalista Nelson Hoineff no texto As duas realidades da TV pública, publicado em O Globo. Ações presentes, com foco no futuro, que comprovam a estabilidade da emissora e sua presença como uma das principais fontes de informação, entretenimento e arte para a formação dos brasileiros”.   O texto chega com relativo atraso. No dia que a nota foi escrita, a Comunicação da TV Cultura, foi consultada sobre o assunto em questão. Consulta feita de manhã, 10h50, respondida só no meio da noite, 21 horas. Aliás, publicada imediatamente abaixo do nosso texto. Assim como você tem todo direito de repudiar o que foi publicado, nós também temos o direito de entender que a FPA já viveu tempos melhores e de maiores realizações. Atrelar uma emissora de rádio ou televisão, que exige mão de obra especializada, às mesmas normas de outras repartições públicas estaduais é algo que tenho todo direito de discordar. Ou não?

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

TV Cultura responde afirmações de Flávio Ricco em 24/05/2017

 

Nota da Cultura Consultada ontem nas primeiras horas da manhã, a Cultura respondeu tarde da noite: “O Decreto nº 61.466, publicado na Secretaria de Governo em 2 de setembro de 2015 e mantido no exercício de 2016 e 2017, veda quaisquer contratações em instituições ligadas ao governo, não se limitando à TV Cultura.”

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

Cultura é uma TV a caminho do fim…

 

Já de muito tempo a situação da TV Cultura, em São Paulo, além de preocupante, passou a despertar em todos o sentimento de piedade, com toda a dureza do termo, pelas sucessivas barbáries cometidas na sua direção nos últimos anos.

Emissora que tem uma história de vida dividida entre o antes e o depois. Até a gestão de Roberto Muylaert na sua presidência, 1985-1994, foi tudo muito bem, com a instalação da nova torre no Sumaré e o lançamento de programas como “Castelo Rá-Tim-Bum”, “Mundo da Lua”, “Roda Viva”, “Cartão Verde”, “Vitrine” e o “Matéria Prima”, do Serginho Groisman.

Daí em diante, até os dias atuais, as suas desastradas administrações, chefiadas por pessoas totalmente estranhas ao meio, só acumularam fracassos e a arrastaram ao estado que está.

A notícia de agora é que, por ordens superiores, internamente fala-se do Palácio do Governo, existe uma determinação que proíbe a contratação de funcionários pela CLT.

Só contratos para “estágio”. É uma televisão, conclui-se, a caminho do fim. Não podendo reforçar seus quadros com mão de obra especializada, não existe esperança de vida para ela. Morte anunciada, que vai ocorrer aos poucos .

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

Gabriela Mayer saiu da TV Cultura e foi para a Bandnews

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Nova casa

Gabriela Mayer, que apresentava o jornal do meio-dia, deixou a TV Cultura na última sexta-feira, para agora se integrar aos quadros da BandNews. Por enquanto, só rádio. Mas vem televisão por aí. Gabriela é uma profissional muito bem preparada. Ponto pra Band.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

Repórter da Cultura desabafa após demissão em pleno plantão de Natal

Reprodução/TV Cultura

A repórter Cláudia Tavares, com mais de 20 anos de casa, fez longo desabafo ao ser despedida da TV Cultura, às vésperas do Natal.

“Coragem vem de core, coração. Meu grande guia. Dia 21 de dezembro de 2016, dia da festa de confraternização dos funcionários da TV Cultura de São Paulo, fica marcado como o dia em que a emissora decidiu não contar mais com meu trabalho como repórter. Foi no meio do plantão de Natal”, escreveu a jornalista, do programa “Repórter Eco”.

No texto, ela relatou os momentos que antecederam a demissão: “Segunda à noite fiz matéria para o Jornal da Cultura. Ontem cheguei para continuar a jornada. Profissionais cuidaram do meu cabelo e maquiagem. Fui chamada por uma moça com pouco tempo de casa no setor de Recursos Humanos. Senti que seria demitida. Na Redação, nenhum chefe. Parece que o dia foi escolhido a dedo para que ninguém me olhasse nos olhos para dizer a razão do meu desligamento”.

Membro da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) da empresa, Cláudia diz que sua demissão foi ilegal. “A resposta protocolar é sempre uma só: ordens da direção. A nova gerente de RH, com a qual trabalhei na última Semana de Prevenção de Acidentes, recentemente, também não falou comigo. Se trata de uma demissão ilegal, uma vez que teria mais um ano de estabilidade por ter me dedicado à Comissão de Prevenção de Acidentes no último mandato, encerrado semana passada”.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo já afirmou nesta semana que pretende “tomar todas as medidas cabíveis” para anular a demissão da repórter.
No mesmo texto publicado na internet, Cláudia contou como foi tratada pela TV Cultura e por colegas depois de receber a notícia. “Carta de demissão em mãos, soube que não poderia circular sozinha. Fui acompanhada em cada passo. Abracei os colegas e esvaziei a gaveta”. Foram mais de vinte anos de trabalho, a maioria deles no Repórter Eco. Não poderia haver formação melhor. Minha ética e honestidade foram colocadas a serviço do que acredito: um mundo melhor e mais justo. Fiz amigos queridos, que muito significam para mim. Deles chegam mensagens emocionadas. Doeu ver as lágrimas de vocês, especialmente dos que gostariam de me ver eleita representante dos funcionários. Era pública a pré candidatura. Ontem conseguimos uma vitória na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde estive para lutar por aumento no orçamento da Fundação que permita pelo menos a reposição da inflação nos salários congelados de Jornalistas e Radialistas há pelo menos três anos”.
“Minha demissão não é única. Há desligamentos diários, tentando minar a força das pessoas que amam a TV Cultura. Deixando colegas doentes. Mas não se deixem abater meus queridos. Saibam que continuo firme e forte. Imensamente grata por todos esses anos e pelas oportunidades de aprendizado que a vida traz”, concluiu.

 

A apresentadora Valéria Grillo, na casa desde 1987, também foi dispensada nesta última semana.

A coluna tentou ouvir a TV Cultura a respeito do assunto, mas como a emissora já entrou em recesso de Natal, o seu departamento de Comunicação se viu impossibilitado de se manifestar sobre esses dois e outros casos.

Fundação Padre Anchieta causa problemas aos demitidos da TV Cultura

Dor de cabeça – 1

Uma redefinição do código nacional de atividade econômica pelo Ministério do Planejamento do CNPJ da Fundação Padre Anchieta, fez com que a entidade passasse a ser reconhecida como Fundação Pública de Direito Público Estadual ou do Distrito Federal, e não mais Fundação Estadual.

Só que isso está impedindo que os demitidos da TV Cultura recebam o seguro desemprego. Para o Ministério do Trabalho, após essa redefinição, eles deixaram de pertencer ao regime celetista.

Dor de cabeça – 2

Consultada, a emissora informa tratar-se de interpretação do Ministério do Trabalho e Emprego e está disponibilizando aos ex-funcionários um documento para que eles apresentem ao órgão na tentativa de reverter a negativa quanto à concessão do benefício.

Este documento, no caso, não tem resolvido absolutamente nada e alguns já entraram na justiça.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

TV Cultura está em busca de caminhos para sair da crise

 

Diante do atual quadro de abatimento e incertezas, o jornalismo da TV Cultura está preparando uma série de ações especiais sob o título “Saídas Para a Crise”, com um cronograma intenso de atividades que, por certo, irá interessar a todo cidadão de bem.

A campanha tem como parceiros já confirmados a OAB/SP e a Assembleia Legislativa de São Paulo, podendo contar ainda com a participação do Instituto de Estudos Avançados da USP.

Serão três semanas completas de intensas ações, com cobertura do jornalismo da TV Cultura, onde se inclui uma série de doze reportagens produzidas para pontuar os debates em alguns dos seus programas e diversos informativos.

O ponto de partida será a exibição de um “Roda Viva” temático, que será levado ao ar no dia 27, com participação de especialistas e autoridades apontando soluções para o Brasil sair da crise.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

Após protestos, TV Cultura vai continuar a exibir “Viola” e “Provocações”

 

A TV Cultura confirmou, através de um comunicado enviado à imprensa nesta quarta-feira (12), que “por reconhecer a importância do ‘Viola, Minha Viola’ e do ‘Provocações’ na história da TV brasileira, e respeitar o público que os acompanhou por tantos anos, continuará a exibir os dois programas”.

Com problemas financeiros na casa dos R$ 10 milhões, segundo o presidente Marcos Mendonça, a emissora demitiu em julho cerca de 50 pessoas, incluindo as equipes dos programas “Viola, Minha Viola” e “Provocações” – o que intensificou reclamações de que a emissora tem dado prioridade às produções terceirizadas, em detrimento da própria equipe.

A insatisfação deu origem ao movimento “Eu Quero a Cultura Viva”, que já resultou em uma petição com mais de 70 mil assinaturas, um ato na porta da Fundação Padre Anchieta e um vídeo no qual ex-apresentadores, incluindo Luciano Amaral e Sabrina Parlatore, criticam a emissora pelo fim de vários programas – na atual gestão de Mendonça, iniciada em 2013, deixaram de ser produzidos, além do “Viola” e do “Provocações”, o infantil “Cocoricó” e a sessão de documentários “É Tudo Verdade”.

O acervo da emissora conta com 1324 edições do “Viola, Minha Viola” e 705 gravações do “Provocações”.

O programa “Viola, Minha Viola” já não era gravado com a apresentadora desde novembro do ano passado, quando Inezita adoeceu. Com o falecimento de Inezita Barroso e Antônio Abujamra, neste ano, as gravações foram interrompidas.

A TV Cultura informou ainda que estuda levar ao ar um novo programa que contemple o mesmo segmento do “Viola, Minha Viola”, que sempre deu espaço para a autêntica música raiz. Está estudando ainda um novo talk show que receberá personalidades e anônimos que muito têm a dizer ao público, assim como fazia o “Provocações”.,

Falta de dinheiro

Fernando Abdo, produtor executivo do “Viola”, disse que as demissões – estimadas em 46 funcionários pela própria emissora – afetaram muito mais equipes de produção do que outras áreas da TV. “Se você tem uma estrutura profissional, com estúdios, equipamentos, equipe operacional, você teria como dar uma ênfase maior nisso [a produção própria]. Fica muito evidenciada essa questão de querer acabar com a produção porque há outras áreas na TV, como administrativo e marketing, e nelas não se mexeu em muita coisa”.

Nos bastidores do “Viola”, as conversas sobre falta de dinheiro se intensificaram antes da demissão da equipe – que aconteceu quatro meses após a morte de Inezita Barroso, em março. “Depois da morte da Inezita, a gente chegou a gravar dois programas com amigos dela, artistas, apresentando e se apresentando, quando o presidente Marcos Mendonça mandou a gente parar de gravar”, relembrou Nico Prado Jr. “Nesse tempo, a gente já tinha um novo projeto de programa, com algumas opções, um novo cenário, mas nada foi desenvolvido. A única coisa que a gente ouvia falar era que não havia dinheiro”.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

Flávio Ricco repudia a má gestão na TV Cultura

Curioso verificar

Quando se fala em garra, é importante destacar a postura daqueles que verdadeiramente foram chamados para trabalhar na TV Cultura. Apesar de toda essa fase difícil que a emissora atravessa, algumas das suas produções insistem em não perder a qualidade.

Por exemplo:

Quem, ao menos, não se interessa em saber o entrevistado do “Roda Viva” na noite de segunda-feira? E, hoje, o “Jornal da Cultura”, que vai ao ar diariamente, às 21h, se coloca entre os melhores da TV aberta na atualidade.

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery