
Thaís Fersoza, Ângela Leal e Arthur Aguiar em “Dona Xepa” (Foto: Divulgação/TV Record)
Pode-se afirmar que “Dona Xepa” – a novela da Record que terminou nesta terça, 24/09 – cumpriu seu papel de ser uma produção despretensiosa. De tão despretensiosa, não gerou buzz (repercutiu pouco) e só não passou batida porque era uma produção bem acabada e não teve maiores tropeços. O maior buzz foi negativo: em junho, Maurício Mattar (do elenco da novela) pagou um mico ao vivo no “Programa da Tarde” ao perguntar para a plateia se alguém assistia à “Dona Xepa“: o ator ficou no vácuo.
Nem o “mistério da mulher da fronha rosa” e o reality “A Fazenda” (que era exibido na sequência) conseguiram atrair público para “Dona Xepa”, que manteve a média final de sua antecessora no horário: 7 pontos no Ibope da Grande São Paulo – ainda longe dos dois dígitos sonhados pela emissora de Edir Macedo.
A média final das últimas novelas da faixa das 22h30 da Record:
– “Ribeirão do Tempo” (2010-2011): 11;
– “Vida em Jogo” (2011-2012): 12;
– “Máscaras” (2012): 6;
– “Balacobaco” (2012-2013): 7;
– “Dona Xepa” (2013): 7.
“Dona Xepa” foi um adaptação de Gustavo Reiz (de “Sansão e Dalila”) a partir da famosa peça teatral de Pedro Bloch, que já havia rendido uma versão para o cinema (filme de Darcy Evangelista, de 1959, com Alda Garrido no papel-título) e duas versões na Globo: a novela “Dona Xepa”, adaptada por Gilberto Braga, em 1977, com Yara Côrtes; e a novela “Lua Cheia de Amor”, escrita por Ricardo Linhares,Ana Maria Moretzsohn e Maria Carmem Barbosa, em 1991, com Marília Pêra.
Interpretar uma personagem como Dona Xepa sem cair na caricatura não é tarefa fácil. A própria Yara Côrtes (a mais icônica das Xepas da TV) foi criticada por isso. EÂngela Leal, a intérprete da vez, resvalou no exagero com sua Xepa – ainda que tenha tido ótimas e algumas emocionantes cenas.
O grande destaque da novela ficou por conta de Thaís Fersoza, que viveu a vilã Rosália, a filha carreirista de Xepa. Um trabalho maduro e levado com muita segurança. Thais é atriz experiente já, e fez bonito. Por outro lado, os trejeitos afetados da perua Meg Pantaleão de Luiza Tomé e o seu bordão requentado “adoooooro!” cansaram – o resultado final ficou tão over quanto o aplique de franja que a personagem usava, um adereço equivocado e desnecessário.
Uma novela simples, ainda bem que “Dona Xepa” foi curta (quatro meses no ar): a história não tinha mais o que render mesmo. Se “Balacobaco” parecia uma “novela das sete apresentada às 22h30”, “Dona Xepa” mais pareceu uma novela das seis às 22h30. E nem é crítica. É apenas uma observação.
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