Jogo das Estrelas em 2014 terá transmissão do SporTV e Esporte Interativo

Futebol

SporTV e Esporte Interativo irão transmitir o “Jogo das Estrelas”, do Zico, direto do Maracanã, marcado para o sábado, 27.

Brasil contra o Resto do Mundo já têm confirmadas as presenças de Seedorf, Conca e Petkovic. Zico vai atuar um tempo em cada time.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

Após rebaixamento, Botafogo perde 13 torcedores e é o primeiro time a zerar sua torcida

Mancini pede para jornalistas cantarem no lugar da torcida (FOTO: Seedorf)

Mancini pede para jornalistas cantarem no lugar da torcida
(FOTO: Seedorf)

O Botafogo acabou? Não, mas tá quase. O Fogão, conhecido no exterior como Putfire, foi rebaixado de novo. Depois de mais um desastre, o clube da estrela solitária ficou ainda mais solitário, já que 13 torcedores deixaram de torcer para a equipe. Desta forma, o clube carioca se tornou o primeiro time do mundo a zerar sua torcida.

O pesquisador Paulo Vinícius, o Rabbit, disse que o fato é mais impressionante do que parece: “Existem diversos clubes no mundo que fecharam as portas por causa de dívidas e continuaram tendo torcedores, que mantém a alma do time viva. No Botafogo, mesmo estando vivo e respirando por aparelhos, já ocorreu o abandono. Tem coisa que só acontece com o Botafogo”, disse.

E tem mesmo. O Fogão é o único time que foi rebaixado com dois gols de Damião. Por isso, dirigentes e conselheiros cogitam encerrar departamento de futebol.

A fase é tão ruim que, a pedido de moradores, o bairro de Botafogo deve mudar de nome: “Viramos motivo de piada”.

 

Botafogo 3 x 0 Criciúma

 3 x 0 

38ª RODADA
BOTAFOGO VENCE CRICIÚMA, SE GARANTE NO G-4 E AGORA TEM QUE SECAR A PONTE
Alvinegro faz 3 a 0 e só vai para a Libertadores se a Macaca perder a final da Sul-Americana na quarta-feira. Tigre escapa do rebaixamento
O Botafogo precisava vencer e não dependia só disso. Torcia também por um tropeço de Goiás ou Atlético-PR para garantir um lugar no G-4 na última rodada do Campeonato Brasileiro. E o placar de 3 a 0 sobre o Criciúma, no Maracanã, somado à derrota dos goianos para o Santos no Serra Dourada, colocou o Alvinegro na quarta posição, com 61 pontos, e com a classificação para a Taça Libertadores de 2014 encaminhada. A torcida, no entanto, continua além do Brasileirão.

Botafogo 4 x 0 Atlético Paranaense

 4 x 0 

Um Seedorf envolvente, em quase todos os setores do campo, garçom e marcando gol. Um Bruno Mendes com estrela, que entrou no segundo tempo e balançou a rede duas vezes num espaço de quatro minutos . Some-se a isso velocidade, determinação, vontade… Sim, o Botafogo fez as pazes com sua torcida, que pedia mais empenho na busca pelo G-4. A goleada por 4 a 0 sobre o Atlético-PR, neste sábado à noite, no Maracanã – o primeiro gol da partida foi de Elias -, não só deixou o clube novamente entre os quatro primeiros no Brasileirão como devolveu a confiança na relação com os alvinegros.

Agora, o Glorioso, provisoriamente em terceiro lugar na tabela, com 57 pontos ganhos, torcerá por tropeço do Grêmio, que enfrentará o Flamengo, no Sul, ou do Goiás, que receberá o Internacional no Serra Dourada. O Atlético-PR, que dorme na vice-liderança, com 58 pontos, também secará o Tricolor Gaúcho e o Esmeraldino para permanecer na posição.

Na próxima rodada, o Botafogo enfrentará o São Paulo, domingo (dia 23), no Morumbi. Depois, vai ao Couto Pereira encarar o Coritiba e encerrará o Brasileirão no Rio, contra o Criciúma. O Furacão, que quarta-feira receberá o Flamengo na primeira partida da final da Copa do Brasil, pegará pelo Brasileirão o Náutico, domingo, em casa. Depois, vai à Vila Belmiro jogar contra o Santos e fará a despedida da competição em casa, contra o Vasco.

Na saída de campo, o time do Botafogo recebeu o carinho de sua torcida, que apoiou o time no Maracanã – com público pagante de 10.924 e presente de 14.147 torcedores, a renda chegou a R$ 252.940,00. Além de Seedorf, o atacante Bruno Mendes foi muito festejado pela boa atuação.

– É o meu sexto jogo no Brasileiro, venho me esforçando muito e graças a Deus entrei no segundo tempo e fiz dois gols – disse o atacante,  artilheiro da partida, ao marcar aos 32 e 36 minutos do segundo tempo – ele não fazia gols desde 21 de abril, quando balançou a rede contra o Volta Redonda, ainda pelo Carioca.

No lado do Furacão, o goleiro Weverton tratou de garantir que o mau resultado não vai influir na atuação do time quarta-feira, contra o Flamengo, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil.

– Temos que esquecer tudo o que foi feito neste lugar (Maracanã). As críticas vão vir, mas chegamos à final por méritos. Não é um resultado desse que vai nos abater. Quarta-feira é decisão, e decisão não podemos jogar dessa forma – declarou o goleiro.

seedorf botafogo gol atlético-pr maracanã (Foto: Vitor Silva / SSPress)Seedorf vibra com o seu gol, o segundo na partida, após receber de Hyuri (Foto: Vitor Silva / SSPress)

Bota e Seedorf dominam

Um Botafogo veloz e arrasador. Essa era a forma de fazer as pazes com a torcida. Essa era a estratégia para tomar a iniciativa do jogo contra uma equipe rápida como o Furacão. E sair do primeiro tempo com boa vantagem. Com Hyuri aberto pela direita e um Seedorf bem mais ligado e procurando tocar de primeira, essa arma se tornou a principal da equipe. Logo no começo, o meia lançou o atacante… Mas faltou força no chute cruzado.

O Atlético-PR deixava claro que, pelo menos neste sábado, tentaria decidir nos contra-ataques. E com a torcida alvinegra apoiando, o Botafogo procurou jogar bem adiantado. Os meias, principalmente Seedorf e Renato, municiavam bem Edilson e Hyuri, pela direita, e Julio Cesar e Rafael Marques, pela esquerda. Hyuri, novamente ele, perdeu chance sozinho. Depois, foi a vez de Renato mandar pelo alto, com perigo. Era questão de tempo para o gol sair. E de usar bem a cabeça. Principalmente contra uma zaga boa na jogada aérea. O jeito era confundir. E o primeiro gol saiu de bom passe de Renato pela esquerda, passando pelo toque de cabeça inteligente de Seedorf e o peixinho de Elias: gol bastante comemorado pela torcida e pelo time.

Léo lateral-direito do Atlético-PR Botafogo (Foto: Site oficial do Atlético-PR/Gustavo Oliveira)Léo começa bem no Furacão mas depois é expulso (Foto: Site oficial do Atlético-PR/Gustavo Oliveira)

A pressão só aumentou. O Atlético-PR, que até procurava a boa jogada de Marcelo e Ederson, esbarrou na marcação alvinegra. Enquanto isso, Seedorf mandava na partida. Pela direita, foi novamente um eficiente garçom ao servir a Rafael Marques, que emendou na área explodiu o travessão. Dois, mas dois minutos depois, a defesa do Furacão se confundiu: Luiz Alberto, Juninho e Bruno Silva se enrolaram. Elias se meteu e tocou a bola sobrou para Hyuri, que rolou para Seedorf mandar para a rede, aos 36 minutos e ampliar a vantagem. Euforia alvinegra, irritação no banco do rubro-negro do Paraná. O técnico Vagner Mancini se irritou com a apatia do time. Agora, o jeito era esperar mudança no segundo tempo.

Estrela de Bruno Mendes

O treinador do Furacão mexeu na equipe para o segundo tempo. Tirou Fran Mérida, que não substituiu à altura o poupado Paulo Baier, para pôr Dellatorre. O time deu uma melhorada. E na bola parada deu o chute mais perigoso até então, com Ederson cobrando falta com perigo, para fora.

Bem anulado no primeiro tempo, Everton arrumava espaço para jogar. Já parecia o Atlético-PR que ocupou a vice-liderança do Brasileiro e chegou à final da Copa do Brasil. O time estava mais rápido e interessado no jogo a partir dos 10 minutos, quando Marcelo, tal qual um Usain Bolt, ganhou de Julio Cesar numa velocidade espantossa e só não completou a jogada porque sofreu falta. Mas o Alvinegro também tinha seu homem veloz: Hyuri deu belo drible da vaca e levou Manoel na conversa e na corrida. Mas bateu pelo alto.

Elias rafael marques botafogo e atlético-pr (Foto: Vitor Silva / SSPress)Elias (dir) celebra o primeiro gol do jogo junto a Rafael Marques (Foto: Vitor Silva / SSPress)

Elias, contundido, pediu para sair no Botafogo. Bruno Mendes entrou. Ederson, artilheiro do Brasileiro, mal no jogo, acabou sacado. Roger o substituiu. O Furacão subia e deixava espaços. Bruno Mendes entrou bem na partida e mandou uma bomba, que Weverton salvou. Depois, Rafael Marques mandou outra na trave. A coisa piorou para o Furacão quando o lateral Léo perdeu a cabeça e, num espaço de dois minutos, levou o cartão amarelo e depois o vermelho ao dar tapa em Seedorf e uma cotovelada em Rafael Marques. O holandês, já pela esquerda, resolveu fazer a festa. Bruno Mendes também. Marcou o terceiro, aos 32, ao receber “passe” esquisito de Bolívar. E o quarto, aos 36, após centro de Lima, que entrara na partida no lugar de Julio Cesar.

Bolívar ainda acabou expulso, mas nada deixaria o torcedor alvinegro menos feliz no Maracanã. E o Furacão não tinha mais nada a fazer. Pelo menos até quarta-feira, é pensar só na Copa do Brasil.

Náutico 1 x 3 Botafogo

 1 x 3 

A batuta de Seedorf estava pesada. O holandês passou 13 jogos sem fazer gols, vivendo o seu maior jejum com a camisa do Botafogo. Foram dias duros, com uma série de cinco jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro, que derrubaram o time da segunda para a quarta colocação. Mas o holandês despertou e liderou os companheiros na vitória por 3 a 1 sobre o Náutico, nesta quarta-feira, na Arena Pernambuco, garantindo a terceira colocação, com 46 pontos, dois atrás do Grêmio, e com um novo ânimo para o clássico com o Flamengo, domingo, no Maracanã, pela 28ª rodada da competição.

– Esse grupo não vai desistir porque é uma escolha nossa. Vamos tentar fazer o máximo possível. O time está de parabéns – disse Seedorf.

Para o Náutico, o poço segue cada vez mais fundo. Depois de uma série de três jogos sem perder, o time sofreu novamente duas derrotas seguidas, estacionou nos 17 pontos, ocupando a lanterna do Campeonato Brasileiro, e terá pela frente o Internacional, em Caxias do Sul, no domingo.

– Eu acredito (na fuga do rebaixamento), não sei meus companheiros. O negócio é ter mais atenção, só isso – afirmou Bruno Collaço, lateral do Náutico.

Timbu larga na frente

Náutico x Botafogo (Foto: Aldo Carneiro/ Pernambuco Press)Seedorf corre para a galera após marcar um belo gol (Foto: Aldo Carneiro/ Pernambuco Press)

O início do jogo ainda deu a impressão de que as últimas rodadas poderiam influenciar no desempenho dos times em campo. Logo aos oito minutos, Seedorf perdeu a bola para Elicarlos, o argentino Morales aproveitou passou para Maikon Leite chutar de fora da área e contar com uma falha do goleiro Renan para abrir o placar a favor do Náutico.

O Botafogo não conseguia impor o seu jogo e apostava em chutões para a frente na tentativa de aproveitar uma sobra de bola. Quando a colocou no chão, chegou ao empate. Aos 25 minutos, Seedorf fez boa jogada dentro da área e cruzou de esquerda, Elias dividiu com William Alves e Rafael Marques pegou o rebote com um belo chute de primeira para empatar o jogo.

Holandês assume o jogo

A partir daquele momento, Seedorf se transformou e começou a se apresentar mais para o jogo. Com a faixa de capitão, já que Jefferson está a serviço da seleção brasileira, ele carregou o time. O que não livrou o Botafogo de dois sustos. Renan se redimiu da falha no gol do Náutico e salvou o Botafogo em duas oportunidades, uma delas em cabeçada perigosa de William Alves, aos 30.

Seedorf passou a calibrar o pé. Aos 31, arriscou chute de fora da área e Ricardo Berna fez uma defesa em dois tempos. Pouco depois, fez grande jogada pelo lado esquerdo e chutou forte para o goleiro do Náutico novamente aparecer. Até que, aos 39, Edílson cobrou escanteio do lado direito e encontrou o holandês livre na entrada da área para dominar a e acertar uma bomba, desta vez, sem defesa, marcando o gol da virada do Botafogo.

Náutico x Botafogo (Foto: Aldo Carneiro/ Pernambuco Press)A marcação em cima de Seedorf não funcionou na partida (Foto: Aldo Carneiro/ Pernambuco Press)

 

Mesmo com a saída do atacante Elias, machucado, no fim do primeiro tempo para a entrada de Henrique, o Botafogo não perdeu o ímpeto de ataque com a virada. Com apenas dois minutos jogados no segundo tempo, Bolívar, de cabeça, e Rafael Marques, em grande jogada de Seedorf, já haviam protagonizado boas chances de aumentar o placar.

Na função de Oswaldo de Oliveira, que não viajou para Recife por precaução depois de uma arritmia cardíaca, o auxiliar Luiz Alberto mexeu mais uma vez aos 11 minutos, colocando Hyuri no lugar de Octávio. No minuto seguinte, no entanto, quem levou perigo foi o Náutico. Morales fez um carnaval na defesa do Botafogo e Renan salvou.

O técnico Marcelo Martelotte também tentou melhorar o ataque do seu time. Aos 13, tirou Hugo para colocar o uruguaio Olivera, apostando em um atacante mais alto e de área. Pouco depois, tirou o volante Derley e colocou Marcos Vinícius, abrindo mais o Náutico na tentativa de empatar o jogo.

O Náutico começou a pressionar o Botafogo, aproveitando a ineficiência do contra-ataque do adversário. Aos 28 minutos, o auxiliar Luiz Alberto tentou consertar o time ao trocar Rafael Marques por Gegê. A resposta de Martelotte foi com a entrada de Jones Carioca no lugar de Morales.

Com a proximidade do fim do jogo, o Botafogo passou a trocar ainda mais passes para conter o adversário. Nos pés de Renato, o controle acontecia, e o time foi até mais perigoso. Hyuri teve a chance de fazer o terceiro, mas parou em Berna, aos 34. Henrique também teve a sua oportunidade. No fim, Renato deu ótimo lançamento para Edílson, que tocou para Gegê bater com categoria e fechar com chave de ouro a vitória alvinegra por 3 a 1, marcando pela primeira vez como profissional.

A televisão precisa entrar na discussão do futebol

Juninho Pernambucano, Seedorf, Cris, Dida e Paulo André representaram o Bom Senso F.C. em reunião com a CBF

Juninho Pernambucano, Seedorf, Cris, Dida e Paulo André representaram o Bom Senso F.C. em reunião com a CBF

Os jogadores de futebol, através do Bom Senso F.C., se uniram por necessárias mudanças no calendário brasileiro e representados por alguns deles – Seedorf, Paulo André, Dida e Juninho, estiveram com o presidente José Maria Marin, naquele que pode ser considerado o pontapé inicial de um amplo entendimento.

No entanto, é preciso considerar que a CBF, embora apresentada como dona do brinquedo, tem até a página três condições de, nesta altura dos acontecimentos, organizar alguma coisa mais humana e justa valendo a partir de 2014.

Ninguém pode esquecer a presença de um componente chamado televisão, que é quem de verdade paga essa conta. Todo e qualquer acordo deve passar necessariamente por ela, que contratou e repassou aos seus patrocinadores um determinado número de datas para o próximo ano.

Houve um pagamento e há o comprometimento para a entrega. O valor do dinheiro em jogo é muito alto, e quebrar uma condição já estabelecida pode implicar sérios prejuízos.

Outra questão – 1

É impossível acreditar que a Globo não tenha, de alguma maneira, abençoado ou participado da decisão da CBF em receber os jogadores. O Marin, que a gente conhece, sem ter este ponto de apoio, dificilmente tomaria tal decisão sozinho.

Outra questão – 2

Tem também o lado da TV fechada que deve ser considerado. Havendo a redução de datas, como se pretende principalmente em relação aos estaduais, muito mais que a Globo ou Bandeirantes, será ela a maior prejudicada.

Outra questão – 3

É, no mínimo, curiosa a situação dos clubes em todo o processo. Eles praticamente se eximiram de qualquer discussão. Preferiram, como sempre, sentar na numerada e não se comprometer com coisa nenhuma, nem mesmo de montar e conservar plantéis que possam tornar as competições mais interessantes.

Por último

Não se pode esquecer que os clubes, ou a maioria deles, já pegaram adiantado da televisão aquilo que têm direito pelas transmissões. Como vão fazer agora? Devolver o dinheiro?

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

Artilheiros do Botafogo, Seedorf, Lodeiro e Rafael Marques sofrem com jejuns

Holandês já está há 10 jogos sem balançar a rede. Atacante é o líder do time com 17 gols em 2013. Trio estará em campo contra a Ponte Preta.

 

Rafael Marques e Seedorf comemoração gol do Botafogo contra o Coritiba (Foto: Vitor Silva / SSPress)

Rafael Marques e Seedorf vivem jejuns de gols
(Foto: Vitor Silva / SSPress)

O Botafogo teve uma clara queda de rendimento. Em seus últimos 10 jogos, o time sofreu três derrotas, venceu quatro vezes e teve três empates. A sequência está diretamente ligada aos gols marcados pelos seus principais artilheiros: Rafael Marques (17 gols em 2013), Seedorf (12) e Lodeiro(12).

Para se ter uma ideia do impacto, o Botafogo havia perdido apenas quatro vezes antes da série, que começou com a derrota por 2 a 0 para o Atlético-PR.

Nesse mesmo período Seedorf não fez gols, enfrentando um jejum de 10 jogos sem marcar, o maior de sua passagem pelo Botafogo. Lodeiro vive situação semelhante, com nove jogos seguidos em branco, também a sua pior série no clube.

A exceção é Rafael Marques, que não marca há seis jogos, mas já viveu momento pior. Antes de seu primeiro gol com a camisa do Botafogo, ele passou por uma espera de 20 jogos.

Rafael Marques é o artilheiro da Copa do Brasil, com cinco gols, ao lado de Walter, do Goiás. Além disso, lidera o Botafogo no Campeonato Brasileiro, com oito. Nessa série de 10 jogos, ele fez apenas dois gols.

No período de jejum dos principais artilheiros, o Botafogo com o surgimento de Hyuri, que já fez três gols, e o oportunismo de Elias, autor de sete, para se manter na segunda colocação do Campeonato Brasileiro.

– Ainda falta corrigir alguma coisa. É difícil manter o nível pela quantidade de jogos que tem. Só dá para se recuperar. Vou melhorar, jogando melhor e ajudando ainda mais o time – disse Lodeiro.

Neste sábado, às 21h (de Brasília), o trio de artilheiros do time estará mais uma vez em campo, contra a Ponte Preta, no Maracanã. No primeiro turno, o Botafogo venceu por 2 a 0 e Seedorf fez o primeiro gol. O segundo foi do zagueiro Antônio Carlos, agora no São Paulo.

Botafogo 3 x 3 Internacional

  3 x 3  

Um jogo muito equilibrado, cheio de alternativas e emoção até o fim. O empate por 3 a 3 entre Botafogo e Internacional na noite desta quinta-feira, no Maracanã, deu bons exemplos de por que os dois times lutam na parte de cima da tabela. Vitinho (duas vezes) e Seedorf marcaram para o Botafogo. Scocco anotou seus dois primeiros gols com a camisa do Colorado, e Fabrício igualou no último lance. O público pagante foi de 11.033 torcedores, com renda de R$ 479.645,00.

O resultado, apesar do sabor amargo para a torcida alvinegra, devolveu a liderança ao time de Oswaldo de Oliveira, agora com 26 pontos, um a mais do que o Cruzeiro. O Colorado, que tem um jogo a menos que a maioria dos concorrentes, ocupa a oitava posição, com 21, mas apenas um ponto atrás do quarto colocado, o arquirrival Grêmio.

– Jogo difícil, estávamos perdendo. Conseguimos virar, tomamos a virada de novo. Difícil jogar contra  o Botafogo no Rio, brigando pela liderança. Mas conseguimos esse empate no fim – disse Fabrício, autor do gol salvador para o Inter.

Esta foi a terceira vez que o Botafogo deixa uma vitória escapar no final do jogo no Brasileiro (já havia acontecido contra Flamengo e Atlético-MG). Apesar da ducha de água fria, Seedorf procurou ver o lado bom, e preferiu ressaltar a recuperação da liderança.

– Os pontos podem fazer falta, mas o nosso time está lutando, crescendo. Jogamos contra um time muito talentoso, muito esperto. Tomamos a primeira posição de novo, o que é muito importante. Vai ficar essa imagem do gol no final, mas o time está de parabéns e a torcida também – disse Seedorf.

O Botafogo volta a campo pelo Campeonato Brasileiro no próximo domingo, às 16h (de Brasília), contra a Portuguesa, no Canindé. No mesmo dia, às 18h30m (de Brasília), o Internacional recebe o Atletico-MG no Estádio do Vale, em Novo Hamburgo (RS).

Vitinho, Botafogo x Internacional (Foto: Vitor Silva/SSPress)
Vitinho marca duas vezes e Fabrício consegue empate no fim no Maracanã (Foto: Vitor Silva/SSPress)

Vitinho abre o placar; Scocco: dois gols em um minuto

Antes da partida, os jogadores alvinegros entraram com camisas com o número 12 às costas, em homenagem à torcida e ao apoio que têm recebido neste Brasileiro. Todos eles se encaminharam às arquibancadas e deram suas camisas aos torcedores. Nesse ambiente, o time começou a toda velocidade e em menos de três minutos, já havia conseguido cinco finalizações. Logo depois, a recompensa: Seedorf cobrou escanteio curto para Vitinho, que avançou para a entrada da área e chutou colocado. Mesmo com muitos jogadores na sua frente, Muriel poderia ter defendido a bola, que foi parar dentro do gol.

A superioridade do Botafogo nos primeiros 15 minutos foi caindo gradativamente. Contra suas características, que levaram à briga pela liderança do Brasileiro, o time passou a marcar mais atrás, e a errar muito na saída de bola. Deu espaços e precisou abusar das faltas (foram 14, contra quatro do Colorado no primeiro tempo).

Aí entrou em ação Scocco. O argentino forma, ao lado do conterrâneo D’Alessandro, de Alex e Leandro Damião, um quarteto de ataque poderosíssimo. E a parceria com Damião rendeu frutos de forma fulminante. O empate aconteceu em cobrança de falta ensaiada, sofrida por ele mesmo na entrada da área depois de receber do camisa 9. Menos de um minuto depois, novo passe preciso do centroavante, e Scocco aproveitou um vacilo da zaga, entrou livre e tocou na saída de Renan. O Alvinegro sentiu o golpe.

Virada botafoguense e empate no fim

D'Alessandro contra o Botafogo (Foto: Alexandre Lops / Inter, DVG)
D’Alessandro é cercado por Gabriel e Marcelo Mattos (Foto: Alexandre Lops / Inter, DVG)

O intervalo acabou sendo providencial para o técnico Oswaldo de Oliveira organizar seu time, e o Botafogo voltou novamente em cima do Inter. No entanto, apelava demais para as bolas levantadas na área, o que facilitava o trabalho da defesa gaúcha e, com os rebotes, armava contra-ataques perigosos para o time de Dunga. Seedorf começou a cair mais pelas pontas e Vitinho ocupou a faixa central. Foi por ali que ele encontrou Rafael Marques na área, em profundidade. O atacante foi derrubado por Muriel e o holandês cobrou com precisão: 2 a 2.

Empolgado com a igualdade, o Botafogo partiu em busca da virada e conseguiu aos 30 minutos. Novamente pelo setor central, Vitinho dominou, olhou para o gol e decidiu arriscar. Muriel pareceu não levar fé no potencial do garoto, mas a bola resvalou no travessão e entrou perto do ângulo. A torcida, em delírio, bradou: “Ah, Vitinho é melhor do que o Neymar”.  O Alvinegro conseguiu administrar bem as ofensivas do Inter até o minuto final, mas sucumbiu no último ataque. Em bola alçada na área, a zaga não conseguiu cortar, Fabrício aproveitou e completou para o gol.

Renato Maurício Prado comenta que o Botafogo pode comemorar o empate contra o Atlético Mineiro

 

Apesar do empate nos derradeiros lances, acho que, de cabeça fria, o torcedor do Botafogo verá que tem mais motivos para comemorar do que para lamentar. Afinal, o Glorioso enfrentou o campeão da Libertadores completo (ao contrário do que acontecera, no jogo contra o Fla) e jogou sem Seedorf, seu maestro e craque maior. Ainda assim, teve ótima atuação e não ganhou por muito pouco. De mais a mais, empate no Horto não pode ser considerado mau resultado por ninguém.

Em tempo: Lodeiro jogou uma barbaridade. E Vitinho continua a melhorar jogo a jogo.

Coluna redigida pelo jornalista Renato Maurício Prado para o jornal carioca O GLOBO no dia 09/08/2013

Renato Maurício Prado comenta Vasco 2 x 3 Botafogo

 

 

Botafogo e Vasco fizeram um clássico emocionante, no Maracanã, e o Glorioso venceu, com justiça, por 3 a 2, mantendo-se mais uma rodada na liderança do Brasileirão, agora seguido pelo Cruzeiro, que bateu o Coritiba, no sábado, e roubou-lhe também a posição na tabela.

O placar apertado e o jogo tenso até o final, deveram-se muito mais ao heroísmo de um craque do que ao equilíbrio entre os dois times. Com outra atuação de gala, Juninho Pernambucano quase conseguiu o impossível: equiparar o time cruz-maltino, limitado e ainda em formação, a um adversário bem-armado e muito mais talentoso.

Não fosse Juninho, o Botafogo, certamente, teria obtido uma vitória bem mais fácil e com placar dilatado. O Reizinho da Colina, entretanto, conseguiu endurecer o duelo e preocupou o rival até os minutos finais, embora a partir da metade do segundo tempo já estivesse atuando no sacrifício, com fortes dores na panturrilha (só não foi substituído porque Dorival Júnior já fizera as três alterações).

Do lado vitorioso, além da tradicional exibição de classe e equilíbrio de Seedorf (autor de um dos gols), a equipe de Oswaldo pode festejar uma tarde/noite de brilho de Rafael Marques, autor de dois gols, sendo o segundo uma pintura e, mais importante, num momento chave da partida, logo após o Vasco chegar ao empate em 2 a 2, logo na volta do intervalo.

É verdade que o mesmo atacante perdeu um gol, relativamente fácil, que poderia ter liquidado a fatura, ainda no primeiro tempo (quando o Botafogo vencia por 2 a 0). Mas no geral, sua atuação foi ótima e decisiva.

Quem também brilhou, ainda que falhando em algumas conclusões, foi Vitinho. Com arrancadas impressionantes e passes perfeitos (como no belo gol de Seedorf), ele vai se tornando o substituto ideal de Fellype Gabriel, tornando o Botafogo ainda mais forte no ataque.

O quarteto ofensivo de General Severiano, com Seedorf, Lodeiro, Vitinho e Rafael Marques parece se afinar cada vez mais, criando inúmeras boas oportunidades. O uruguaio, por exemplo, desperdiçou pelo menos duas grandes chances para marcar.

Com jovens como Vitinho, Gabriel e Dória se firmando ao lado de jogadores experientes, como Seedorf, Bolivar e Jefferson, o Botafogo segue superando os seus próprios problemas.

E continua candidatíssimo ao título brasileiro desse ano.

 

Coluna redigida pelo jornalista Renato Maurício Prado para o jornal ariuoca O GLOBO no dia 05/08/2013