Renan Calheiros x Roberto Jefferson: quem tem medo de Sérgio Moro?
Mais cedo, Renan tentou se distanciar da imagem de Cunha. “Afasta de mim esse cálice”, brincou o senador, evitando comentar afirmações de Cunha, que disse ontem na Câmara que as denúncias dos parlamentares teriam um tratamento diferenciado das dele no Supremo Tribunal Federal.
Na sessão de cassação, Cunha reclamou que virou alvo prioritário das investigações. O ex-deputado é réu em dois processos no STF e é alvo de investigação em outras sete frentes. Já o senador não é réu, mas é investigado em 12 inquéritos no STF. “Eu não quero de forma nenhuma falar sobre isso (cassação de Cunha), mas quem planta vento, colhe tempestade, isso é uma lei da natureza”, comentou o presidente do Senado.
Nesta terça, Cunha disse que, durante o período em que presidiu a Câmara, não houve matérias de caráter relevante provenientes do Senado que não foram apreciadas pelos deputados, ao contrário do Senado, que não colocou em votação o projeto de terceirização, a redução da maioridade penal, a PEC da Reforma Política, entre outros projetos encampados por Cunha e aprovados pela Casa. “Esperamos que o Senado aprecie essas matérias”, destacou.
Cunha lembrou que a ação penal 982 – que envolve delações referentes às negociações de sondas da Petrobrás – só atingiu a ele. “Os mesmos delatores, nas suas delações, acusam como beneficiários das supostas vantagens indevidas montando a US$ 6 milhões os senadores Renan Calheiros, Jader Barbalho, Delcídio Amaral e Silas Rondeau. Entretanto, a ação penal que deveria ser indivisível, segundo o Código Penal, foi aberta apenas contra mim”, lamenta o ex-parlamentar. (AE)
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Veja os números:
A pesquisa com dados sobre o apoio de Renan é a mesma registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob protocolo 00114/2016, que colocou o candidato à reeleição Rui Palmeira (PSDB) na liderança, com 33,6% da preferência dos eleitores consultados; Ciço em segundo e empatado tecnicamente, com 31,9%; o candidato João Henrique Caldas, o JHC (PSB), com 15,5%; Paulão (PT) com 2% e Gustavo Pessoa (PSOL) 0,9%, na modalidade de pesquisa estimulada, quando o eleitor escolhe um nome na lista de candidatos. Como a margem de erro é de 3,5%, o empate prevalece entre os dois primeiros colocados.
O motivo da preocupação de Renan é agravado pelo fato de o apoio do governador Renan Filho (PMDB) a Ciço também não ter ajudado o deputado federal prefeitável a cumprir a previsão superar Rui Palmeira até mesmo em pesquisas internas, apesar da ajuda que a propaganda institucional do Governo Estadual tem dado, exaltando nos meios de comunicação as ações do governador na mobilidade urbana da capital e nas grotas, para onde Renan Filho levou Ciço a tira-colo para promovê-lo na pré-campanha.
O momento para Renan é ainda mais crítico na capital, após decisão da Justiça Eleitoral de retirar seu candidato Ciço da propaganda eleitoral, desta sexta-feira (9) até a próxima segunda-feira (12), como punição para o ataque feito contra Rui Palmeira pelo candidato a vereador Silvânio Barbosa (PMDB), no espaço reservado para a coligação proporcional que apoia o afilhado do presidente do Senado.
Enfim, Renan Calheiros encara mais uma vez, dificuldades nas eleições municipais na capital, onde o eleitor mais esclarecido e mais crítico já rejeitou seus candidatos em 2012, quando Ronaldo Lessa (PDT) foi substituído por Jurandir Bóia (PDT) e foi derrotado em 1º turno pelo atual prefeito Rui Palmeira.
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