Família demorou para chegar ao local e perdeu o voo para Aracaju.
Após mais de 10 anos de obras, terminal começou a operar neste sábado.

Passageiros reclamam do acesso ao novo terminal do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, que começou a operar neste sábado (21), após mais de 10 anos de obras. Viajantes relatam que está complicado chegar ao local.
A estudante Raíssa Menezes de Lima, que estava com o marido e a filha, conta que perdeu o voo para Aracaju, em Sergipe, devido à confusão para chegar ao terminal. “A companhia aérea, entendendo a situação, transferiu o voo sem despesa adicional”, disse.
O advogado Paulo Viana também reclamou do acesso. “Totalmente confuso, dificuldade lá pelo Jardim Guanabara, pela Avenida Vera Cruz, muito ruim o acesso”, afirmou.
Passageiros acreditam que muitos ajustes ainda precisam ser feitos no aeroporto “Está improvisado. O banheiro tem água no chão. Lá em baixo, a escada rolante em vez de subir, estava descendo”, contou o comerciante Wagner Santana.
A Secretaria Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Goiânia (SMT) informou que a sinalização está sendo feita aos poucos e que a fiscalização é realizada das 6h até a meia-noite(veja como chegar ao novo aeroporto).
Procurada pela reportagem da TV Anhanguera, a assessoria de imprensa da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) não atendeu às ligações para se pronunciar sobre as reclamações dos passageiros.
Em nota enviada anteriormente, a Infraero explicou que, nos próximos quatro meses, as operações no Aeroporto Santa Genoveva serão assistidas. Sendo assim, serão monitorados o funcionamento de estruturas, como esteiras e escadas rolantes, além das sinalizações, pontes de embarque e canais de inspeção.
Estrutura
No total, o terminal tem dois andares, com 34,1 mil metros quadrados, quatro pontes de embarque, 23 balcões de check-in, 11 elevadores, quatro escadas rolantes, além de três esteiras de restituição de bagagem e sete canais de inspeção, com raio-x e detectores de metais.
As instalações também contam com redes externas de pista de taxiamento e do pátio de aeronaves, vias de serviço internas, acesso viário, estacionamento de automóveis com 971 vagas.
A Infraero diz que, com essa estrutura, o novo terminal tem capacidade para receber até 6,5 milhões de passageiros por ano, contra os 3,31 milhões de viajantes atendidos no Santa Genoveva, no ano passado.
Voo da Tam inaugurou novo terminal do aeroporto de Goiânia (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
A área comercial também já começou a operar neste sábado, inicialmente com duas cafeterias, duas livrarias, caixas eletrônicos e locadoras de veículos. Segundo a Infraero, as demais lojas comerciais estão em processo de implantação pela empresa Socicam, única empresa responsável pela gestão e exploração dos novos espaços comerciais.
Essa é a primeira vez que as lojas de um terminal gerido pela Infraero serão passadas à iniciativa privada em uma única licitação. Segundo o órgão, o objetivo é melhorar a qualidade dos serviços oferecidos.
A Socicam, que já atua em quatro aeroportos e mais de 40 terminais rodoviários no país, terá a concessão no aeroporto de Goiânia por 11 anos.
Atrasos nas obras
Segundo a Infraero, a Odebrechet venceu a licitação e, em 2005, começou as obras de reforma e ampliação do Aeroporto Santa Genoveva. No entanto, elas foram paralisadas seis meses depois por falta de repasses de recursos federais.
Em 2006, o TCU apontou superfaturamento nos preços praticados. Em 2007, as empreiteiras responsáveis pelo consórcio suspenderam as atividades de reforma do Aeroporto Santa Genoveva. No ano seguinte, a Infraero rescindiu o contrato.
Enquanto a obra do novo terminal não avançava, a Infraero entregou uma nova sala de embarque no Santa Genoveva, em outubro de 2011. Chamada oficialmente de Módulo Operacional Provisório (MOP), a ala ganhou o apelido de “puxadinho”.
Em dezembro de 2011, a Infraero, o Governo de Goiás e os representantes do consórcio responsável pela obra do novo terminal assinaram um acordo para garantir a conclusão do novo terminal. Mas em junho de 2012, uma vistoria do TCU constatou que o projeto original ficou ultrapassado e precisou ser modificado.
Novo aeroporto de Goiânia é inaugurado com a presença de Dilma Rousseff
(Foto: Murillo Velasco/G1)
A Infraero ressaltou que a obra do aeroporto foi retomada em setembro de 2013, após consulta realizada ao Tribunal de Contas da União (TCU). “A retomada dessa obra foi marcada pela transparência e pelo estrito cumprimento das leis”, garantiu o órgão.
Em fevereiro de 2014, no entanto, a obra voltou a ser paralisada, desta vez por uma greve dos operários. Eles reivindicaram melhores salários e condições de trabalho, como a alimentação fornecida no canteiro de obras e um melhor alojamento àqueles que vieram de outros estados. Após negociação, os trabalhos foram retomados.
Depois, houve nova alteração no cronograma devido ao pedido do Tribunal de Contas da União para análise dos projetos relativos à parte de infraestrutura entre fevereiro e novembro de 2014.
Em março do ano passado, a presidente Dilma afirmou durante um evento, em Goiânia, que as obras do novo aeroporto seriam finalizadas até novembro de 2015. Na época, o diretor de Infraestrutura da Infraero, José Eduardo Bernati, reafirmou a previsão da presidente e disse que a inauguração deveria ocorrer mesmo que os trabalhos não estivessem 100% concluídos.
Essa previsão não se realizou e, em janeiro deste ano, a Infraero informou, em nota enviada ao G1, que o terminal só devia começar a funcionar em abril de 2016, conforme estabelecido inicialmente no contrato.
Na ocasião, a Infraero explicou que “as obras de infraestrutura, que permitiriam que o novo terminal estivesse em pleno funcionamento em novembro de 2015, tiveram seu planejamento revisto em funções de alterações ocorridas no escopo original do projeto e a revisões que foram realizadas no orçamento de investimentos”.
Já em março deste ano, as obras do aeroporto foram citadas na Operação Lava Jato por suspeita de recebimento de propina. As investigações continuam em andamento.
Obra do novo aeroporto demorou mais de 10 anos para ser concluída (Foto: Vanessa Martins/G1)
G1.com.br
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