Francisco Cuoco e Betty Faria farão “Boogie Oogie”; veja elenco

Francisco Cuoco e Betty Faria farão "Boogie Oogie"; veja elenco

 

Pouco antes de começar os trabalhos de workshop de “Boogie Oogie“, a próxima trama das 18h teve uma substituição importante em seu elenco.

Segundo o jornalista Fernando Oliveira, os veteranos atores Francisco Cuoco e Betty Faria substituirão os também medalhões Regina Duarte e Lima Duarte, que não poderão mais participar da trama, e vão se dedicar a outros projetos.

Na nova novela, Cuoco e Betty farão os pais das personagens de Deborah Secco, uma aeromoça muambeira, e Giulia Gam, uma das vilãs.

Prestes a começar os trabalhos, o elenco da novela está praticamente fechado. Os nomes são os seguintes: Isis Valverde, Bianca Bin, Marco Pigossi, Alessandra Negrini, Marco Ricca, Ney Latorraca, Bruno Garcia, Rodrigo Simas, José Loreto, Alexandra Richter, Fabiula Nascimento, Marcelo Serrado, Heloísa Perissé, Caco Ciocler, Dalton Vigh, Caio Manhete, Alice Wegmann, Julia Dalávia, Ana Rosa, Fabrício Boliveira, Giovanna Rispoli, Thais de Campos, Guilherme Fontes, Cristiana Guinle, Joana Fomm, Laila Zaid, Paula Neves, Pedro Granger, Junno Andrade, Dudu Pelizzari, Sandra Corveloni, Camila Hubner, Rita Elmôr, Brenno Leone e Zezé Motta.

De autoria de Rui Vilhena e direção de Wolf Maya, “Boogie Oogie” tem previsão de estreia para agosto, substituindo “Meu Pedacinho de Chão”.

 

NaTelinha

“Além do Horizonte” ignorou o Ibope e manteve sua essência até o fim

Juliana Paiva (Lili) e Rodrigo Simas (Marlon) (Foto: Divulgação/TV Globo)

Juliana Paiva (Lili) e Rodrigo Simas (Marlon) (Foto: Divulgação/TV Globo)

Trama policial com ficção científica, recheada de mistérios e aventura, tendo como cenário a Amazônia e seu imaginário. Inusitado? Nem tanto. Marcos Bernstein eCarlos Gregório, os autores de “Além do Horizonte” – a novela das sete da Globo que terminou nesta sexta, 02/05 – passearam por caminhos já trilhados, com referências a seriados americanos de aventura, de “Jim das Selvas” a “Lost”, passando por filmes como “A Ilha do Dr. Moreau”, “A Vila”, “Horizonte Perdido” e “Jurassic Park”.

Um interessante misto de folhetim com aventura, “Além do Horizonte” trouxe de volta em seu roteiro o “dossiê”, um elemento clássico nas novelas que andava meio abandonado, ou fora de moda, por conta de pendrives e métodos mais modernos dearmazenamento de informações. A novela também resgatou a “areia movediça” (ou “lama gulosa”), presente em todo seriado de aventura antigo ambientado em uma mata. Por sua temática e realização, há de se elogiar a direção competente deGustavo Fernandez (o diretor geral), e a beleza das imagens através da ótima fotografia, comandada por Paulo Souza.

Além do Horizonte” nem foi a primeira novela a incursionar pelo gênero da aventura: “Os Mutantes”, da Record (2007-2009), já era mais ou menos assim, acrescida de doses cavalares de fantasia. A Globo já havia flertado com a ficção científica em uma novela das sete: “Tempos Modernos”, em 2010, tinha um “edifício inteligente” comandado por um robô. A audiência rejeitou a história inicial de Bosco Brasil, que se virou para mudar tudo na trama e deixá-la mais salutar ao grande público – inclusive liquidando com o tal robô. A ousadia tem um preço e, na época, a Globo não quis pagar. Mas o estrago já estava feito.

Além do Horizonte” trilhou um caminho semelhante. A exemplo de “Tempos Modernos” em sua época, ficou com o título de “novela de menor audiência da história no horário das sete da Globo” – fechou com uma média de 20 pontos no Ibope da Grande São Paulo (as duas anteriores, “Sangue Bom” e “Guerra dos Sexos”, terminaram com 25 e 23 pontos, respectivamente). Claro que deve-se considerar também que “Além do Horizonte” estreou em pleno início do ingrato Horário de Verão, quando toda a grade enfrenta uma queda de audiência.

Assim como “Tempos Modernos”, “Além do Horizonte” passou por ajustes. Mas eles foram poucos, pontuais. A história de mistério, inicialmente nebulosa demais, com a temática da felicidade – subjetiva demais -, só confundiu e afastou o telespectador. A trama só fluiu a partir do momento em que o mistérios foram sanados e ficou claro quem era o mocinho e quem era o bandido – dando lugar assim à trama policial.

Thiago Rodrigues (William), Mariana Rios (Celina), JP Rufino (Nilson) e Isaac Bardavid (Klaus) (Foto: Divulgação/TV Globo)

Também o humor e o romance foram intensificados, inclusive com remanejamento de casais. O trio romântico inicialmente pensado – William (Thiago Rodrigues), Lili (Juliana Paiva) e Rafa (Vinícius Tardio) – se desfez e novos casais se formaram. A protagonista Lili foi direcionada a Marlon (Rodrigo Simas) – cuja química entre os jovens atores já havia sido anteriormente testada na “Malhação”. Para William, a professora Celina (Mariana Rios), e Rafa, personagem que inicialmente teria uma importância maior, ficou para escanteio, unindo-se a Ana Fátima (Yanna Lavigne).

Outro estranhamento inicial do público foi o elenco, cuja estrutura em muito lembrava a “Malhação”: protagonistas jovens e desconhecidos apoiados em atores veteranos que ficavam em segundo plano, e a ausência de “atores medalhões”. Mesmo assim, “Além do Horizonte” teve ótimas surpresas em seu elenco, com destaque para os iniciantes JP Rufino (o menino Nilson), a hilária dupla Luciana Paes e Mariana Xavier (como as irmãs Selma e Rita), e o casal interpretado por Laila Zaid e Igor Angelkorte (Priscila e Marcelo). Também um ótimo trabalho de Mariana Rios(Celina) e a trinca de vilões vividos por Antônio CalloniCarolina Ferraz e Marcello Novaes (LC, Tereza e Kleber).

Para o autores, foi bom aprender que novela é folhetim e sua estrutura folhetinesca é imutável – caso contrário, deixa de ser novela. O público está habituado a ver uma novela no horário e, se não a identifica, rejeita. Os autores conseguiram contornar a situação eficientemente e as pequenas alterações pelas quais passou “Além do Horizonte” a deixaram mais objetiva e mais atraente.

Diferente de “Tempos Modernos”, que sacrificou sua sinopse original, “Além do Horizonte” não perdeu sua essência e foi até o fim com sua proposta inicial, independente de números de Ibope. Um bom sinal de que a Globo já se preocupa menos com números de audiência de suas novelas, que despencam ano após ano. Quem aprovou a sinopse de “Além do Horizonte”, sabia que seria arriscado e ousado.

A aposta em manter a novela intocável talvez já reflita a configuração de novos cenários para a TV aberta, em que já se fecha os olhos para os engessados números do famigerado “Ibope da Grande São Paulo”. Não que o Ibope não seja mais um dado importante. Mas, talvez, nunca antes tenha ficado evidente o tanto que o Ibopecada vez mais tem menos a ver com qualidade ou com o que o público realmente vê ou quer ver. Conclusões melhores, só com o tempo.

 

Nilson Xavier – UOL

Flávio Ricco comenta a classificação da novela Além do Horizonte

 

De vez em quando se tem impressão que o tempo não andou…
… Ou que alguém parou ou simplesmente voltou ao passado…
… Dizer que “Além do Horizonte”, novela das 7 da Globo, tem conteúdo de “sexo, assassinatos e violência” é passar um pouco do ponto…
… A novela, porque se entendeu assim, agora sofre um acompanhamento porque tais cenas podem não ser compatíveis com a classificação…
… Algo que nos leva a certeza que existem mesmo pessoas interessadas em descobrir pelo – por menorzinho que seja – em ovo…
… E que também nos conduz concordar com Davi Cardoso, quando diz que era mais fácil fazer cinema no tempo das pornochanchadas.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery