Impeachment de Dilma Rousseff fez bem ao Ibovespa

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A Bolsa fechou no maior patamar em dois anos. Com a alta de 2,43% registrada nesta sexta, o Ibovespa, seu principal índice, cravou 59.652 pontos. Não se via a Bolsa nesse nível desde 5 de setembro de 2014.

Os dados ainda são preliminares. O destaque foi a Petrobras, que subiu junto com a cotação do petróleo no mercado mundial. A decepção dos investidores com os dados do mercado de trabalho nos EUA também ajudaram, ao jogar água fria na expectativa de uma nova alta dos juros no curto prazo.

 

O ANTAGONISTA

Ibovespa recua no último pregão do mês; dólar cai para R$ 3,54

Notícia Publicada em 31/03/2016 13:15

Investidores monitoram cenário político e realizam lucros; juros futuros sobem

SÃO PAULO – Após três altas consecutivas, o Ibovespa opera em terreno negativo nesta quinta-feira (31), com os investidores realizando lucros em dia marcado pelas incertezas do cenário político. A imprevisibilidade dos próximos passos do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff atribui pessimismo aos investidores locais. Na BM&F, os juros futuros sobem após recado do Banco Central e o dólar recua de olho na cena externa.

De acordo com Eduardo Roche, gestor da Canepa Asset Management, além de aproveitar para apagar parte dos ganhos recentes no Ibovespa, “os investidores se preocupam com o esfriamento do debate do impeachment da petista”.

Cresce a ideia de que Dilma tem conseguido avançar nas negociações para barrar o impedimento na Câmara dos Deputados. Um dirigente de um dos principais partidos no Congresso avalia que a base governista pode ter 182 votos, segundo a colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo. São necessários 171 votos para impedir o processo na Câmara.

A perspectiva de mudança política tem sido a principal alavanca da bolsa brasileira nas última semana. Na reta final de março, o Ibovespa ainda acumula alta ao redor de 20%, o que representa o maior rali mensal em 16 anos, segundo a Bloomberg News. O fluxo líquido de dinheiro estrangeiro para a bolsa brasileira em março estava acima de R$ 7 bilhões até segunda-feira (28).

Na véspera, a equipe de estratégia do JPMorgan elevou as ações brasileiras para “acima da média” em sua análise para América Latina. “Enquanto o impeachment e a transição de poder não são processos lineares, eles provavelmente são os fatores mais importantes para o desempenho nos próximos dois meses”, diz o banco, em relatório.

Segundo o gestor da Canepa Asset Management, “em dia de agenda fraca, fica ainda mais evidente como o mercado local está refém de Brasília”.

“Até a votação do impeachment, o Ibovespa deve permanecer volátil, até mesmo porque o governo arrastará as negociações com partidos pequenos até lá. Isso atribuirá indefinição ao resultado da votação e incertezas para os investidores”, afirma Roche.

Por volta de 13h01, o Ibovespa tinha queda de 1,71%, aos 50.370 pontos. Entre as ações mais líquidas, as ações de Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Vale (VALE5) tinham desvalorização de 2,23%, 1,72% e 2,56%, respectivamente.

Câmbio

O dólar opera em forte queda diante do baixo volume de negócios do Banco Central no leilão de swap cambial reverso, que equivale a venda futura de dólares.

O Banco Central aceitou apenas 2,9 mil contratos dos 17 mil ofertados, totalizando US$ 143,5 milhões.

O baixo apetite pela compra de dólares acelerou as perdas da moeda no mercado doméstico, mas a desvalorização do dólar ante o real também segue a tendência da divisa no mercado internacional.

Neste contexto, o dólar à vista recuava 2,49%, cotado a R$ 3,5510. Nas primeiras horas de pregão, a moeda oscilou entre a mínima de R$ 3,5347 e a máxima de R$ 3,6339.

No mercado internacional, o Dollar Index – que mostra a variação da moeda ante uma cesta de seis divisas fortes – tinha queda de 0,29%.

Juros

As taxas de juros futuros operam em alta após o Banco Central sinalizar no Relatório Trimestral de Inflação que não há espaço para afrouxamento da política monetária.

O BC citou incertezas no balanço de riscos, com destaque para a inflação corrente e as expectativas, a indexação da economia brasileira e o processo de recuperação dos resultados fiscais, além das incertezas com a economia mundial.

Neste contexto, o BC afirmou que “reitera que essas condições não permitem trabalhar com a hipótese de flexibilização monetária”.

“O BC foi claro, jogando um balde de água fria no corte de juro no curto prazo”, afirma Pablo Stipanicic Spyer, diretor de operações da Mirae Asset Wealth Management

Paulo Petrassi, chefe de renda fixa da Leme Investimentos, explica que, além de frustrar as expectativas do mercado de corte na Selic no curto prazo, alguns parâmetros considerados pelo BC ainda são “muito otimistas”.

No documento, o Banco Central prevê superávit primário de 0,50% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e de 1,30% do PIB em 2017. “Ainda tem coisa para piorar, o que traz a informação para o mercado de que talvez não tenha queda nos juros. O mercado está refazendo as contas”

O cenário político também pesa. Parte dos ministros do PMDB resiste em deixar o governo, mesmo após o partido comunicar seu desligamento oficial, e a articulação do ex-presidente Lula nos bastidores para obter votos contra o impeachment na Câmara esfriam as expectativas contra a presidente Dilma Rousseff.

Essa percepção desanima os investidores, que veem como positiva a possibilidade de mudança na Presidência.

Neste contexto, a taxa de juros negociada na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros) com vencimento em janeiro de 2017 tinha alta de 13,76%, no fechamento do último pregão, para 13,82%. O contrato do juro para janeiro de 2018 avançava de 13,46% para 13,53% e a taxa para janeiro de 2019 subia de 13,55% para 13,63%.

 

O FINANCISTA

De olho no cenário político, Ibovespa recua

Notícia Publicada em 31/03/2016 10:14

Fluxo estrangeiro para Bolsa em março está acima de R$ 7 bi; JPMorgan eleva Bovespa

Ibovespa acumula alta ao redor de 20% no mês de março (O Financista / Renzo Fedri)
Ibovespa acumula alta ao redor de 20% no mês de março (O Financista / Renzo Fedri)

SÃO PAULO – O principal índice de ações da Bolsa de Valores de São Paulo opera em queda nesta quinta-feira (31), último pregão do primeiro trimestre de 2016. Além da incerteza política em relação aos próximos passos do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, investidores monitoram o Relatório Trimestral de Inflação e resultados das empresas.

Cresce a ideia de que Dilma tem conseguido avançar nas negociações para barrar o impedimento na Câmara dos Deputados. Um dirigente de um dos principais partidos no Congresso avalia que a base governista pode ter 182 votos, segundo a colunista da Folha de S.Paulo, Mônica Bergamo. São necessários 171 votos para impedir o processo na Câmara.

A perspectiva de mudança política tem sido a principal alavanca da bolsa brasileira nas última semanas. Na reta final de março, o Ibovespa ainda acumula alta ao redor de 20%, o que representa o maior rali mensal em 16 anos, segundo a Bloomberg News. O fluxo líquido de dinheiro estrangeiro para a bolsa brasileira em março está acima de R$ 7 bilhões.

Na véspera, a equipe de estratégia do JPMorgan elevou as ações brasileiras para “acima da média” em sua análise para América Latina. “Enquanto o impeachment e a transição de poder não são processos lineares, eles provavelmente são os fatores mais importantes para o desempenho nos próximos dois meses”, diz o banco, em relatório.

Na agenda do dia, o Banco Central sinalizou no Relatório Trimestral de Inflação que não há espaço para afrouxamento da política monetária. O BC citou incertezas no balanço de riscos, com destaque para a inflação corrente e as expectativas, a indexação da economia brasileira e o processo de recuperação dos resultados fiscais, além das incertezas com a economia mundial. Os juros futuros recuam na BM&F.

No mercado de câmbio, o dólar à vista recuava 2,28%, cotado a R$ 3,5587. Após abrir em alta, o dólar passou a operar em forte queda diante do baixo volume de negócios do Banco Central no leilão de swap cambial reverso, que equivale a venda futura de dólares. O BC aceitou apenas 2,9 mil contratos dos 17 mil ofertados, totalizando US$ 143,5 milhões.

O baixo apetite pela compra de dólares acelerou as perdas da moeda no mercado doméstico, mas a desvalorização do dólar ante o real também segue a tendência da divisa no mercado internacional em meio à disputa pela formação de Ptax e às movimentações dos partidos em torno do impeachment.

No mercado internacional, a sessão é de realização de lucros após alta recente em reflexo de viés mais gradual para o aumento do juro nos Estados Unidos. O índice alemão Dax cai 0,66%, enquanto Wall Street opera perto da estabilidade.

Por volta de 11h05, o Ibovespa tinha queda de 1,87%, aos 50.289 pontos. Entre as ações mais líquidas, as ações de Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Vale (VALE5) tinham desvalorização de 2,17%, 2,31% e 2,22%, respectivamente.

As ações da Eletrobras (ELET3, ELET6) também se destacavam na ponta negativa do mercado. A Eletrobras registrou prejuízo líquido de R$ 10,4 bilhões no quarto trimestre, ante resultado negativo de R$ 1,1 bilhão no mesmo período do ano anterior.

(Atualizada às 11h08)

 

O ANTAGONISTA

Fala de Nelson Barbosa sobre Selic e espera por anúncio do PMDB elevam Ibovespa; dólar sobe

Notícia Publicada em 29/03/2016 13:18

Alta de Petrobras e bancos muda rumo do índice; queda de commodities fica em segundo plano

Perspectiva de mudança de governo anima mercado brasileiro de ações (Flickr/Caliel Costa)
Perspectiva de mudança de governo anima mercado brasileiro de ações (Flickr/Caliel Costa)

SÃO PAULO – Declarações do ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, contribuem para a virada do Ibovespa nesta terça-feira (29). A expectativa em relação ao anúncio do PMDB sobre sua saída do governo da presidente Dilma Rousseff também atribui otimismo aos agentes locais.

Durante participação em audiência pública na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), do Senado Federal, Barbosa disse que o governo já tem dados que indicam o início de reequilíbrio das contas públicas e que espera a volta do crescimento em 2017, com manutenção nos anos seguintes.

Para isso, o ministro espera a aprovação no Congresso Nacional de medidas enviadas pelo Executivo como as mudanças do ajuste fiscal. Além disso, Barbosa declarou que se o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) confirmar a tendência, é possível um corte da taxa Selic ainda em 2016.

De acordo com Aldo Moniz, analista da Um Investimentos, “as declarações do ministro mostram que a equipe econômica está um pouco mais à vontade para trabalhar e estabelecer medidas em prol das contas públicas”.

A expectativa de que o PMDB anuncie sua saída da base aliada do governo federal enfraquece o governo petista e aumenta as chances de o impeachment da presidente Dilma sair do papel, o que anima o mercado.

O movimento de saída do PMDB da base governista deu seu primeiro passo na noite de segunda-feira (28) com o pedido de demissão do ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Ele foi o primeiro dos sete ministros do PMDB a deixar o governo da presidente Dilma Rousseff.

A expectativa de que outras siglas acompanhem a decisão do PMDB e deixem de fazer parte da base aliada do governo federal também impulsiona o índice doméstico. O PSD liberou seus 31 deputados federais para votarem como quiserem no impeachment. O líder do PSD na Câmara, Rogério Rosso (DF), está afastado do posto para se dedicar à presidência da comissão especial que analisa o pedido de impeachment.

Na cena externa, há expectativa pelo discurso da presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), Janet Yellen, no qual o mercado busca pistas sobre o futuro do juro nos Estados Unidos.

Neste contexto, a virada dos papéis da Petrobras e de bancos ajuda na mudança de rumo do Ibovespa. Por volta de 13h05, o Índice Bovespa avançava 0,80%, a 51.248 pontos. As ações da Petrobras (PETR4) subiam 1,89%, enquanto os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4) e do Banco do Brasil (BBAS3) tinham alta de 1,35% e 1,64%, nesta ordem.

Câmbio

O dólar opera em alta nesta terça-feira (29) após a interferência do Banco Central no mercado com a intenção de evitar novas valorizações do real ante a moeda norte-americana.

Foi realizado um leilão de swap cambial reverso, que equivale a compra futura, entre 9h30 e as 9h40. Dos 20 mil contratos ofertados, foram negociados 19.520 no valor de US$ 750 milhões.

“Esse resultado mostra que o mercado está em busca de proteção mesmo. A intenção do BC era essa: represar um pouco da valorização do real. O BC já havia sinalizado que não quer dólar abaixo de R$ 3,60”, afirma Ricardo Gomes da Silva, superintendente da SLW Corretora.

A valorização do dólar em dia de convenção do PMDB que decidirá o rumo do partido no governo sinaliza que o mercado já conta com a saída da sigla da base aliada. “A formalização da saída do PMDB não vai mudar o nível de preço”, diz Silva.

Neste contexto, o dólar à vista tinha alta de 1,13%, cotado a R$ 3,6692.

 

O FINANCISTA

Perspectivas: Mercado encara incertezas políticas na véspera do feriado

Notícia Publicada em 23/03/2016 20:08

Temor sobre impeachment faz Ibovespa cair mais de 2%; dólar sobe a R$ 3,67

Mercado teme que delação premiada da Odebrecht possa enfraquecer o processo de impeachment de Dilma (Flickr/Caliel Costa)
Mercado teme que delação premiada da Odebrecht possa enfraquecer o processo de impeachment de Dilma (Flickr/Caliel Costa)

SÃO PAULO – Após forte recuo, o Ibovespa pode continuar com o sinal negativo de olho no cenário político na última sessão da semana, que é mais curta em função do feriado de Páscoa.

Os temores de que delação premiada dos executivos da Odebrecht, assim como a lista da construtora com o nome de políticos, pode enfraquecer o processo de impeachment de Dilma Rousseff devem atribuir mau humor aos investidores locais.

Segundo Luis Gustavo Pereira, analista da Guide Investimentos, “o movimento de queda poderia se perpetuar na próxima sessão caso não surgisse nenhuma novidade na esfera política e econômica local”.

A imprevisibilidade do cenário político faz com que os investidores permaneçam atentos ao noticiário ao longo do pregão.

“O andamento do impeachment de Dilma tem sido um dos principais catalisadores do mercado. Quanto mais rápido o andamento do processo e maiores as chances de a presidente sair, a Bolsa sobe. Se acontecer o contrário, ela cai”, observa Pereira.

Sem grandes destaques, a agenda doméstica conta com a publicação da taxa de desemprego da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), às 9h.

No exterior, os Índices de Gerentes de Compras (PMIs, na sigla em inglês) da indústria, de serviços e composto da Alemanha e da zona do euro serão publicadas às 5h30 (horário de Brasília) e 6h (horário de Brasília), respectivamente.

Nos Estados Unidos, o PMI industrial sairá às 10h45 (horário de Brasília), enquanto o indicador que mede o número de pedidos iniciais de seguro-desemprego (Initial Claims, em inglês) será publicado às 9h30.

Ibovespa e câmbio

A Bovespa fechou com o seu principal índice em forte queda nesta quarta-feira (23), abaixo dos 50 mil pontos, com as ações da petroquímica Braskem desabando quase 12%, após nova sessão em que o cenário político dominou os holofotes.

O Ibovespa caiu 2,59%, a 49.690 pontos. O volume financeiro somou R$ 6 bilhões.

O dólar fechou em alta superior a 2% frente ao real, após o Banco Central atuar para sustentar as cotações pelo terceiro dia consecutivo e em meio ao cenário político conturbado no Brasil.

O dólar avançou 2,11%, a R$ 3,6768 na venda, após atingir R$ 3,6837 na máxima da sessão. No mês, contudo, a moeda norte-americana ainda acumula queda de 8,16%.

(Com Reuters)

 

O FINANCISTA

Atento à política, Ibovespa opera em leve queda; dólar cai

Notícia Publicada em 22/03/2016 13:22

Prejuízo recorde da Petrobras afeta ações da estatal; papéis de bancos avançam

Recuo dos papéis de bancos atribuem cautela aos agentes domésticos (Gustavo Kahil/O Financista)
Recuo dos papéis de bancos atribuem cautela aos agentes domésticos (Gustavo Kahil/O Financista)

SÃO PAULO – Em um dia relativamente tranquilo nos corredores do Palácio do Planalto e do Congresso, o Ibovespa opera em leve recuo nesta terça-feira (22), com os investidores assimilando os números do balanço da Petrobras. O desempenho negativo das ações da estatal petrolífera contrasta com a alta de bancos e deixa o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo perto da estabilidade. No mercado de câmbio, o dólar recua frente ao real.

De acordo com Raphael Figueiredo, analista da Clear Corretora, “os agentes operam em compasso de espera por considerarem que o noticiário está mais tranquilo do que nos dia anteriores”.

Figurando entre as ações com maior peso sobre o desempenho do Ibovespa, a Petrobras cai após ter registrado prejuízo líquido de R$ 34,836 bilhões em 2015. De acordo com dados da Economatica, esse é o maior prejuízo anual registrado pela companhia, superando o prejuízo de R$ 21,587 bilhões do ano imediatamente anterior.

Ainda no cenário doméstico também é assimilada a deflagração da 26ª fase da Operação Lava Jato, denominada Xepa, cujo alvo principal é a empreiteira Odebrecht. A operação da Polícia Federal é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato, chamada Acarajé, que resultou na prisão do marqueteiro do PT João Santana por suspeita de receber pagamentos ilegais da Odebrecht no exterior.

Na cena política, o andamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff segue no radar do mercado. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, conseguiu quórum para realização da segunda sessão plenária na Casa em plena noite de segunda-feira (21). Assim, a presidente Dilma Rousseff tem mais oito sessões para apresentar sua defesa. A intenção da comissão especial de impeachment é apresentar um parecer e levar o processo à votação na primeira quinzena de abril.

No início da tarde desta terça-feira, o relator da comissão especial da Câmara Jovair Arantes (PTB-GO) disse que as informações da delação premiada do senador Delcídio do Amaral (MS), ex-líder do governo no Senado, não serão incluídas no processo. A decisão foi tomada depois de conversas com assessores jurídicos da Casa e os integrantes do comando da comissão, entre eles, o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), presidente do colegiado.

“Ponderamos e entendemos que não devemos aceitar [a inclusão da delação] para não judicializar o processo. Queremos fazer tudo dentro do rito do impeachment que foi definido pelo Supremo Tribunal Federal”, afirmou.

No exterior, a leve queda das bolsas europeias e dos índices acionário norte-americanos reflete os atentados na Bélgica, que aumentam o temor de novos ataques em toda a Europa e eleva o grau de aversão ao risco dos investidores. Uma dupla explosão no aeroporto em Bruxelas e uma outra em uma estação de metrô deixaram pelo menos 30 mortos e quase 136 feridos, segundo informações preliminares da imprensa europeia nesta manhã.

Por volta das 13h08, o Ibovespa recuava 0,36%, aos 50.986 pontos.

Entre as ações mais líquidas, as preferenciais da Petrobras (PETR4) caíam 1,11%, seguidas das ordinárias (PETR3), que subiam 1,56%. Os papéis da Vale (VALE5) perdiam 0,80%. As ações do Itaú Unibanco (ITUB4) e do Banco do Brasil (BBAS3) avançavam 2,68% e 0,96%, respectivamente.

Câmbio

O dólar opera em queda após ter aberto em alta e alcançado a máxima de R$ 3,6521 antes do leilão de swap reverso (equivalente à compra de dólares no mercado futuro) realizado pelo Banco Central, entre 9h30 e 9h40. É o segundo dia seguido que o BC tenta conter a desvalorização acentuada na moeda norte-americana em virtude das incertezas políticas.

No entanto, após o término do leilão, os agentes de mercados se voltaram mais uma vez para o cenário político doméstico, e, com forte fluxo de venda, a moeda descola da tendência internacional de alta após os atentados na Bélgica.

“O mercado está olhando mais o quadro político do que qualquer coisa”, afirma José Roberto Carreira, gerente de câmbio da Fair Corretora.

A percepção do mercado é que é crescente as chances de Dilma Rousseff não terminar seu mandato. A intenção da comissão especial de impeachment é apresentar um parecer e levar o processo à votação na primeira quinzena de abril. Segunda a Folha de S.Paulo, a presidente Dilma já prepara ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra o impedimento, alegando que não há base legal.

Sem conseguir o cargo de ministro da Casa Civil para ajudar Dilma na articulação política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem atuado nos bastidores para impedir a debandada de partidos da base aliada, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, e conseguir os 171 votos contrários ao impeachment na Câmara.

Neste contexto, o dólar à vista tinha queda de 0,68%, cotado a R$ 3,5886.

 

O ANTAGONISTA

Prejuízo recorde da Petrobras e pessimismo externo pressionam Ibovespa

Notícia Publicada em 22/03/2016 10:25

Cenário político segue no radar em meio à nova operação da Lava Jato

Números da Petrobras e atentados na Europa ditam pessimismo dos investidores (Flickr/Rafael Matsunaga)
Números da Petrobras e atentados na Europa ditam pessimismo dos investidores (Flickr/Rafael Matsunaga)

SÃO PAULO – O cenário político ganha companhia do prejuízo recorde da Petrobras e do pessimismo no cenário internacional entre os principais focos de atenção do mercado no pregão desta terça-feira (22). O Ibovespa opera em terreno negativo no segundo pregão da semana.

Figurando entre as ações com maior peso sobre o desempenho do principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, a Petrobras cai após ter registrado prejuízo líquido de R$ 34,836 bilhões. De acordo com dados da Economatica, esse é o maior prejuízo anual registrado pela companhia, superando o prejuízo R$ 21,587 bilhões do ano imediatamente anterior.

Ainda no cenário doméstico também é assimilada a deflagração da 26ª fase da Operação Lava Jato, denominada Xepa, cujo alvo principal é a empreiteira Odebrecht. A operação da Polícia Federal é um desdobramento da 23ª fase da Lava Jato, chamada Acarajé, que resultou na prisão do marqueteiro do PT João Santana por suspeita de receber pagamentos ilegais da Odebrecht no exterior.

Na cena política, o andamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff também mexe com o humor dos agentes locais. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, conseguiu quórum para realização da segunda sessão plenária na Casa em plena noite de segunda-feira (21). Assim, a presidente Dilma Rousseff tem mais oito sessões para apresentar sua defesa. A intenção da comissão especial de impeachment é apresentar um parecer e levar o processo à votação na primeira quinzena de abril.

No exterior, o pessimismo generalizado reflete os atentados na Bélgica, que aumentam o temor de novos ataques em toda a Europa. Uma dupla explosão no aeroporto em Bruxelas e uma outra em uma estação de metrô deixaram pelo menos 30 mortos e quase 136 feridos, segundo informações preliminares da imprensa europeia nesta manhã.

Os preços do petróleo caem e contribuem para que a aversão ao risco prevaleça entre os investidores domésticos.

Por volta das 10h20, o Ibovespa recuava 0,66%, aos 50.836 pontos.

Entre as ações mais líquidas, as preferenciais da Petrobras (PETR4) caíam 2,97%, seguidas das ordinárias (PETR3), que cediam 1,95%. Os papéis da Vale (VALE5) perdiam 0,89%.

 

O ANTAGONISTA

Quadro político impulsiona Ibovespa

Notícia Publicada em 21/03/2016 10:18

Maior expectativa de impeachment atribui otimismo aos agentes locais

Ambiente externo indefinido impede que ganhos do Ibovespa sejam mais acentuados (Gustavo Kahil/O Financista)
Ambiente externo indefinido impede que ganhos do Ibovespa sejam mais acentuados (Gustavo Kahil/O Financista)

SÃO PAULO – O cenário político interno centraliza as atenções dos investidores na primeira sessão da semana em meio a expectativa de que a crise que assola o governo se agrave ainda mais. O desempenho morno das bolsas internacionais e dos preços do petróleo no exterior, porém, impede que os ganhos do Ibovespa sejam mais acentuados.

A expectativa de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, realizará a segunda das dez sessões plenárias que a presidente Dilma Rousseff tem de prazo para apresentar sua defesa. A intenção da oposição é apresentar um parecer e levar o impeachment à votação na primeira quinzena de abril.

Neste cenário, as expectativas de que o impeachment possa vingar são responsáveis por atribuir um bom sentimento aos agentes.

Outro ponto que está assimilado por quem investe no índice doméstico é a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, que suspendeu a nomeação ao comando da Casa Civil e concedeu na sexta-feira (18) uma liminar estabelecendo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja julgado pelo juiz federal Sérgio Moro.

Ainda pesa contra a presidente a afirmação do senador Delcídio do Amaral, ex-líder do governo, de que Dilma sabia do esquema de corrupção na Petrobras, que era comandado por Lula.

Nos mercados internacionais, as bolsas chinesas subiram mais de 2%. As bolsas europeias e os índices futuros norte-americanos operam com leve recuo, pressionados pela queda nos preços do petróleo no mercado de Nova York e de Londres.

Na agenda do dia, destaque para a divulgação do balanço da Petrobras referente ao quarto trimestre de 2015, para o vencimento de opções sobre ações na BM&FBovespa e o primeiro leilão de swap cambial reverso do Banco Central em três anos.

Por volta das 10h35, o Ibovespa subia 0,76% a 51.201 pontos. As ações da Vale (VALE5) sobem 1,24%, enquanto as da Petrobras (PETR4) avançam 0,24%.

 

O FINANCISTA

Com Lula ministro novamente, Ibovespa mantém tom negativo

Notícia Publicada em 18/03/2016 16:07

Em dia de correção após alta, Bolsa chegou a acentuar queda após decisão da Justiça

Ibovespa devolve parte da alta recorde do pregão anterior e opera em queda no último pregão da semana (Flickr/Rafael Matsunaga)
Ibovespa devolve parte da alta recorde do pregão anterior e opera em queda no último pregão da semana (Flickr/Rafael Matsunaga)

SÃO PAULO – Após a Justiça derrubar liminar da primeira instância da 6ª Vara da Justiça Federal no Rio de Janeiro, que impedia a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil, o Ibovespa chegou a acentuar perdas nesta sexta-feira (18), mas alguns minutos depois voltar a operar no mesmo ritmo negativo que apresentava antes da decisão.

De acordo com Luis Gustavo Pereira, analista da Guide Investimentos, “a reação temporária pode ser explicada porque ainda tem muitas liminares para serem avaliadas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para tirarem novamente Lula da Casa Civil. Por isso, as chances de impeachment seguem na mesma toada”. Além disso, Pereira explicou que o Ibovespa devolve parte da alta recorde do pregão anterior.

O vice-presidente do TRF (Tribunal Regional Federal) da 2ª Região, Reis Friede, acolheu a solicitação da AGU (Advocacia-Geral da União).

“Hoje o mercado está devolvendo parte do otimismo. Algumas ações subiram bem e hoje caem. É um pouco da ressaca de ontem. Uma realização pequena após alta de 6,6% é razoável”, afirma Álvaro Bandeira, economista-chefe do homebroker Modal Mais.

Bandeira destaca que o ajuste de posições para o vencimento de opções sobre ações na segunda-feira (18) e o clima político podem trazer volatilidade para o índice.

O bom humor dos mercados internacionais ajudam a evitar uma queda maior do Ibovespa. A maior parte das bolsas europeias e os índices norte-americanos avançam na esteira da valorização nos preços do petróleo, que atingiram seus níveis mais elevados em 2016.

Neste contexto, por volta das 16h, o Ibovespa recuava 0,63%, aos 50.590 pontos.

Entre as ações mais negociadas, os papéis da Petrobras (PETR4) recuavam 1,95% e os papéis da Vale (VALE5) subiam 0,91%. As ações do Itaú (ITUB4) e do Banco do Brasil (BBAS3) recuavam 0,18% e 1,88%, respectivamente.

 

O FINANCISTA