
A Rua Pedro I, no Centro da cidade, foi uma das mais atingidas. As calçadas chegaram a ficar submersas ao longo de três quarteirões
FOTO: BRUNO GOMES
Quinze minutos de chuva foram suficientes para deixar alagados diversos pontos da cidade na manhã de ontem. Um dos locais em que o transtorno mais se evidenciou foi o Centro de Fortaleza, no momento em que o comércio local começava a ficar movimentado. Como o dia começou com céu aberto, muitas pessoas saíram de casa sem guarda-chuvas, sendo surpreendidas no momento em que houve a precipitação.
A Rua Pedro I foi a mais atingida da região, chegando a ficar com as calçadas submersas ao longo de três quarteirões, entre as ruas Assunção e Major Facundo. “Aqui é o açude da Pedro I, gritava um pedestre que caminhava pela rua.
Por todo o bairro, pessoas eram vistas correndo em busca de abrigo, deixando as calçadas praticamente vazias enquanto a força da chuva diminuía.
Da mesma forma, vendedores ambulantes procuraram agilizar o empacotamento de mercadorias, temendo prejuízos. A água chegou a invadir alguns pontos comerciais, e os funcionários faziam o possível para escorrer a lama para o lado de fora.
Por causa dos frequentes alagamentos, uma das lojas da Rua Pedro I tratou de providenciar um esbarro, colocado na porta do estabelecimento, para evitar que a água entre. “Qualquer neblina que dá fica assim. Há 40 anos trabalho aqui e toda vida é desse jeito”, aponta o comerciário Robério Pinheiro. “Deveria haver uma maneira de a água escoar imediatamente, sem ficar acumulada”, defende.
Por aquela região, o fotógrafo Demóstenes Herculano passeava descalço com o filho, ambos com os sapatos nas mãos, para evitar o encharcamento dos acessórios. “Foi de repente. Desci do ônibus na Praça da Estação e, para não ter que andar com água a meio metro de altura, ainda tive que andar três quarteirões a mais para chegar no meu destino”, relata. “É incômodo, mas é bom, porque estamos precisando de água”, complementa.
Em meio à correria das pessoas para não se molhar, quem aproveitava a situação eram os vendedores ambulantes de guarda-chuva. “Nos dias que não chove, não há venda”, explica o ambulante Reginaldo Gonçalves Pereira. Quando as precipitações acontecem, entretanto, ele diz que chega a vender 100 unidades do produto em um dia.
Acidentes
Embora o trânsito não tenha ficado complicado, a chuva de ontem contribuiu para a ocorrência de acidentes pela cidade. Por volta das 9h20, no cruzamento da Avenida Desembargador Moreira com a Rua Tomás Accioli, no bairro Dionísio Torres, um motociclista derrapou em cima da faixa de pedestres e teve ferimentos leves.
Já na Av. Alberto Craveiro, nas proximidades da Arena Castelão, houve colisão entre um carro e uma moto, às 9h40, tendo o veículo batido em seguida num poste. O casal que estava no automóvel ficou ileso e, segundo informações de pessoas que presenciaram o fato, o motociclista quebrou a clavícula e foi socorrido por uma ambulância.
Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), as chuvas de ontem na Capital foram influenciadas pelo fenômeno climático conhecido como zona de convergência intertropical, típica da quadra chuvosa. Em todo o mês de fevereiro, de acordo com a instituição, choveu 10,1% abaixo da média em Fortaleza.
As maiores precipitações de ontem no Ceará foram registradas nos municípios de Cariré (105mm), Ibiapina (95mm) e Hidrolândia (90mm). A previsão meteorológica do órgão para hoje e amanhã é de chuvas em todas as regiões do Estado.
Bruno Mota
Repórter
Diário do Nordeste – Jogada – 01/03/2015
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