Zico critica escolha do Catar como sede da Copa de 2022: “Absurdo”

O brasileiro aponta uma necessidade de quebra com os padrões europeus de gestão

Zico é candidato à presidência da Fifa nas eleições que ocorrerão em fevereiro de 2016 (Getty Images)

Candidato à presidência da Fifa, Zico voltou a polemizar e criticar a atual gestão da entidade. Desta vez, a reclamação do ex-jogador girou em torno da realização da Copa do Mundo de 2022 no Catar.

“O problema é que o Catar não pensa em futebol. É impensável, absurdo, considerar que um Mundial possa ser jogado lá. O Catar não faz parte da grande cultura do futebol”, afirmou o Galinho em entrevista ao jornal francês Le Monde.

“Acho que, infelizmente, não dá mais tempo de mudar a sede da Copa de 2018, mesmo que haja irregularidades. Porém, ainda há tempo para reavaliar a sede de 2022”, disse Zico.

O ex-meia ainda disparou contra os dirigentes da Fifa, entre eles o atual presidente Joseph Blatter, investigado pela Justiça Suíça por corrupção. “A Fifa está esbanjando seu dinheiro para se defender, mas não foi criada para isso”.

Zico tem como concorrente nas eleições o atual presidente da Uefa, Michel Platini, com quem se envolveu em polêmicas. O brasileiro aponta uma necessidade de quebra com os padrões europeus de gestão. “A concentração de riqueza e poder na Europa é muito perigosa para o desenvolvimento do futebol mundial”.

“A necessidade de mudança é tão grande, que um candidato que não tenha vínculos com a administração atual terá mais facilidade e credibilidade para enfrentar as reformas necessárias”, completou.

Apesar disso, o Galinho evitou mostrar animosidade com relação a Platini. “Caso ele seja eleito, quero poder contribuir para sua gestão, assim como espero que ele contribua na minha se eu for eleito”, ponderou.

Fox Sports

Após vitória do Corinthians sobre o Vasco, Fifa se confunde e anuncia que Timão é tricampeão do mundo

Vascão e Timão subindo ao gramado para jogo amistoso (FOTO: Havelange)

Vascão e Timão subindo ao gramado para jogo amistoso
(FOTO: Havelange)

Todos sabemos que o torneio de verão conquistado pelo Corinthians não é nem de perto um Mundial, principalmente pelo fato de o Timão não ter conquistado a Libertadores para disputar o torneio. Para reforçar a afirmação acima, a Fifa cometeu uma gafe em seu site oficial, e anunciou o Coringão como tricampeão do mundo, na manhã desta quinta-feira.

O motivo da confusão foi o adversário. Assim como em 2000, o rival de quarta-feira foi o Vasco, fato que fez com que a entidade máxima do futebol mundial, atrapalhada com tantos escândalos, fizesse a absurda confusão. Um dirigente da entidade se pronunciou sobre o caso.

“Qual é a diferença entre o jogo que decidiu o Mundial de 2000 e o de ontem? Dois times brasileiros, nenhum deles campeão da Libertadores do ano ou do ano anterior, jogando em um estádio brasileiro, com transmissão ao vivo da televisão. Não tem diferença. Portanto, reforço o que foi publicado no site da Fifa: o Corinthians é tricampeão mundial sim!”, disse Filipre Sidiário.

Como não é bobo nem nada, o Timão já está atualizando a comunicação visual do Itaquerão com os dizeres: Corinthians Tricampeão do Mundo!

 

Renato Maurício Prado comenta como o esquema de poder na FIFA é replicado nas federações e confederações

Lá e cá

O esquema de poder na Fifa é replicado nas confederações e federações. Na Ferj, por exemplo, o voto de uma liga mequetrefe do interior tem o mesmo peso da vontade do Flamengo, do Fluminense, do Vasco ou do Botafogo. Por isso, o Caixa D’Água reinou até a morte e seu sucessor e seguidor Rubens Lopes vai pelo mesmo caminho. O que, decididamente, não entendo é o que impede os grandes clubes de se rebelarem contra esse absurdo que, entre outros disparates, faz com que a Ferj lucre mais do que qualquer um no falido Carioquinha. Ou alguém crê que um campeonato sem Flamengo, Fluminense, Vasco ou Botafogo tem algum futuro?

 

Renato Maurício Prado – O GLOBO – 12/06/2015

 

 

 

Renato Maurício Prado comenta a faxina moral na qual a FIFA precisa passar

 

Desde a época de Havelange, o esquema de poder da Fifa é mais ou menos o mesmo. O brasileiro incluiu os países da África na Copa e, aumentando os finalistas de 16 para 24, ganhou os seus votos e desequilibrou uma balança que, até então, pendia para os europeus. Blatter, que foi seu secretário-geral, engordou ainda mais essa conta, levando o número a 32. E, por isso, reinava até agora.

O gigantesco esquema de corrupção na escolha das sedes dos Mundiais botou tudo por terra. Não sejamos ingênuos. Propinas sempre existiram. Mas, nos últimos anos, com o crescimento vertiginoso das cifras no negócio, a coisa tomou um vulto assustador — basta ver o número de gigantescas fortunas feitas a partir de negócios paralelos, como é o caso exemplar de J. Hawilla, réu confesso e delator do esquema de corrupção que assola o mundo do futebol.

Limpar toda essa sujeira não vai ser tão simples como pode parecer à primeira vista, com as prisões feitas na Suíça e a renúncia de Blatter. Se for feita uma apuração, de fato, rigorosa, pouca gente vai sobrar na Fifa e nas principais confederações pelo mundo afora — CBF inclusive.

Não basta mudar o presidente, é necessário uma faxina completa. E quem terá condições de fazê-la?

 

 

Renato Maurício Prado – O GLOBO – 12/06/2015

TV Brasil paga 250 mil dólares à Globo para ter torneios Fifa

Desde a semana passada, a TV Brasil transmite torneios oficiais da Fifa, como a Copa do Mundo Sub-20 e a Copa do Mundo de Futebol Feminino.

Restrito até bem pouco tempo apenas à Band, que é sub-licenciada pela Globo, o canal público controlado pela EBC (Empresa Brasil de Comunicação), órgão ligado ao Governo Federal, pagou caro para ter os direitos destas competições.

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a TV Brasil pagou cerca de 250 mil dólares – algo em torno de 780 mil reais – à Globo para ter os direitos. Além dos dois eventos citados, a TV pública também adquiriu os direitos da Copa do Mundo Sub-17 de Futebol e do Mundial de Futebol de Areia.

A emissora da Empresa Brasil de Comunicação tem mostrado cerca de uma a duas partidas em vários dias da competição da Copa do Mundo Sub-20, tanto ao vivo à noite e na madrugada, quanto em VTs inéditos à tarde, que estão indo ao ar excepcionalmente na faixa que é levada o tradicional “Sem Censura”, de Leda Nagle.

A TV Brasil é uma das duas redes públicas do Brasil. Além dela, a TV Cultura de São Paulo disputa as afiliações de canais bancados pelos governos estaduais em todo o Brasil.

NaTelinha

James Akel comenta o caso de corrupção CBF e FIFA

 

A prisão de José Maria Marin ao lado de outros dirigentes do futebol logo causou inúmeras agressões e xingamentos contra Marin.

De imediato vi gente do Governo Federal e até políticos dando razão às prisões e em especial, na relação de políticos, o Senador Romário apoiando os xingamentos com alguns de sua própria lavra.

José Maria Marin foi presidente, sim, da CBF, e suas contas foram aprovadas tendo a assinatura do atual presidente da CBF Marco Polo Del Nero.

Agora Del Nero vem a público declarar que não sabia de nada e assinou porque foi obrigado.

Fico espantado ao ver Del Nero, um senhor de setenta e poucos anos, com larga experiência na área do Direito, vasta experiência na área do futebol e apaixonado por iates de milhões de dólares, postar-se qual um jovem ingênuo.

Um experiente advogado, presidente de Federação de futebol não pode alegar desconhecer os bastidores do quer que seja no seu ramo.

Marco Polo Del Nero é o mesmo senhor que saiu correndo da Suíça, sem votar na FIFA, ato que era sua obrigação.

O mesmo Del Nero foi chamado de traíra pelo jornalista Ricardo Boechat em seu programa de rádio.

Ricardo Boechat inclusive afirma que Del Nero só virou presidente da CBF graças a Marin.

Bem feito para Marin que tinha Marco Polo como pessoa de confiança a ponto de torná-lo seu sucessor.

Vamos objetivamente entrar nas acusações contra José Maria Marin.

Primeiro vamos deixar claro que a CBF é uma confederação de caráter privado que não recebeu e não recebe um centavo sequer dos cofres públicos para prestar contas.

Acusam Marin de ter recebido suposta propina.

Ora, se por acaso propina houvesse, numa entidade particular, com negócios exclusivamente entre particulares, uma acusação de propina deveria sair de um dos lados e não de alguém que nada tenha a ver com a história.

De um lado temos uma Procuradora de Justiça americana que transformou uma modesta acusação em algo de repercussão política internacional.

A Procuradora dos Estados Unidos acusa Marin de ter recebido um dinheiro que é originário de uma empresa registrada e legalizada, em um negócio entre partes que nada tem de origem escusa.

A empresa que teria dado dinheiro a Marin é regularmente intermediadora de venda de direitos de transmissões esportivas.

Não existe lavagem de dinheiro de traficantes, não existe lavagem de dinheiro de terroristas e não existe lavagem de dinheiro de nenhuma organização criminosa.

Alguns podem até entender que houve recebimento de um dinheiro sem pagamento de imposto.

Mesmo assim, a empresa que pagou ou entregou dinheiro à Marin, já tinha pago seus impostos.

A maneira de atuação da Justiça americana foi política e teatral às vésperas de uma campanha presidencial.

Não preciso citar que o Senador Romário se aproveita da situação também por questões eleitorais.

Romário chuta qualquer eleição a sua frente, quer a prefeitura do Rio em 2016 ou ao Governo do Estado do Rio de Janeiro em 2018.

De repente, não mais do que de repente, as manchetes da famosa Lava Jato passaram ao segundo plano da mídia.

Dinheiro público desviado, campanhas milionárias, com doações duvidosas, empreiteiros denunciando que foram obrigados a dar dinheiro aos políticos, tudo isso, plenamente caracterizável como sendo crime de caráter público, passou a ter menos visibilidade do que uma manobra financeira feita por dirigentes da CBF sem nenhum dinheiro público envolvido e sem nenhuma denúncia de alguém que tenha se sentido prejudicado.

A Procuradora de Justiça americana declarar que o povo americano se sentiu prejudicado por uma doação de dois milhões de dólares relativa ao evento Copa do Brasil, é no mínimo estranho para não dizer descabido.

Resta saber se essa mesma Procuradora de Justiça americana terá atuação tão vigorosa contra os comandantes da Petrobrás e o dinheiro que os investidores americanos perderam na Bolsa.

Resta saber se essa mesma Procuradora de Justiça americana vai ser tão vigorosa denunciando Gabrielli, Graça Foster e Dilma Roussef.


Escrito por jamesakel@uol.com.br às 15h39 no dia 01/06/2015

Fifa vende Copa de 2026 ao Fox Sports para “compensar” e irrita ESPN

Fifa vende Copa de 2026 ao Fox Sports para "compensar" e irrita ESPN

Para fazer uma espécie de compensação devido à mudança de data da Copa do Mundo de 2022, a Fifa teria facilitado a venda do Mundial de 2026 para o Fox Sports no EUA, sem consultar a ESPN, que tinha interesse em comprar os direitos.

A Copa de 2022 acontecerá no Catar entre os meses de novembro e dezembro, em vez dos tradicionais junho e julho, por causa do calor desértico, contrariando até mesmo uma regra da própria entidade, que diz que a competição só deve acontecer no meio do ano.

A alteração da data afeta as emissoras americanas, que precisariam dividir a transmissão do maior evento de futebol do mundo com a temporada da NFL, liga de futebol americano do país, que é líder incontestável de audiência.

Pensando nisso, segundo a agência de notícias Bloomberg, a federação teria negociado às escondidas a transmissão da Copa de 2026, que pode acontecer nos Estados Unidos, para compensar a Fox pela possível perda de audiência.

O problema é que a ESPN não foi avisada da concorrência, e a Fifa seguia conversando sobre a compra da Copa pelo canal esportivo da Disney. O fato irritou os diretores do canal.

Procurado para comentar sobre o caso, Jerome Valcke, secretário-geral da Fifa, disse que a entidade não fez nada de errado. “Nós não fizemos nada de errado. O acordo é bom para a Fifa, o acordo é bom para a Fox. Esta é a parte mais importante, e nós fizemos tudo dentro dos padrões internacionais”, afirmou.

 

NaTelinha

James Akel comenta que nem a CBF e nem a FIFA saibam da viagem realizada por Marco Polo Del Nero anteontem

 

Nem a FIFA e menos ainda a CBF tinham declarações precisas sobre a viagem misteriosa de Marco Polo Del Nero presidente da CBF.

Pessoal da FIFA declarava que nem tinha ideia.

Pessoal da CBF dizia que não sabia.

Faltava perguntar ao Lula.

Escrito por jamesakel@uol.com.br às 07h52 no dia 29/05/2015

Why Frank Lowy’s vote at the FIFA presidential election is important to Australia

May 22, 2015

Michael Cockerill

Football Writer

Strained relationship: Football Federation Australia's Frank Lowy (left) with FIFA president Sepp Blatter.

Strained relationship: Football Federation Australia’s Frank Lowy (left) with FIFA president Sepp Blatter. Photo: AFP

Having been declared fit by the doctors at St Vincent’s following his grand final tumble, Frank Lowy is on his way to Zurich to vote at the FIFA presidential election. My sense is he won’t be voting for Sepp Blatter, although the secret ballot could leave everyone guessing.

After been humiliated by Blatter in the 2022 World Cup bid, it’s hard to imagine Lowy putting his tormentor’s name on the ballot paper yet again. Anyone who closely observed the body language between the two men during the presentation ceremony at the final of the Asian Cup would have noticed a chill in the air. Lowy has admitted many times that the scar from the World Cup bid is one he’ll carry to his grave.

Lowy’s vote, of course, is not on his behalf, but on Australia’s. The last time Blatter went to the polls was just six months after the World Cup vote, but despite the hurt Football Federation Australia voted for the status quo. Perhaps Lowy felt then there was a chance of a re-vote given the stench of corruption. What we now know is that the stench hasn’t been enough to offer Australia a reprieve.

In that context, Australia has nothing to lose by registering a protest vote. The 2022 will be played in Qatar. Case closed. But in another way, Lowy’s vote will be revealing – assuming we get to know it. Certainly there’s a strong argument that Lowy owes it to the football community to be transparent about Australia’s position.

By not voting for Blatter, Australia would be voting for Prince Ali bin al-Hussein, a Jordanian royal. Prince Ali is the last man standing after the other candidates Luis Figo, Michael van Praag and Jerome Champagne all fell by the wayside. The hope is to unite the forces pushing for change. The inevitability is that nothing is likely to be enough to unseat Blatter. That doesn’t mean there is no value in making his re-election as uncomfortable as possible.

The conundrum for Australia is that voting for Prince Ali is also voting against the status quo in Asia. That’s where the challenge lies. Since joining the Asian Football Confederation in 2005, Australia’s policy has been one of quiet diplomacy. Having been rejected repeatedly by Asia over the previous three decades, Australia has taken on board the lessons of history. The geo-political reality is that while Australia is a full member of the AFC, we are still seen by many as a guest on probation. In some quarters – notably the Gulf states – an unwelcome guest.

Prince Ali is now equally unwelcome at the AFC head table, for a variety of complex reasons. By aligning itself with the Jordanian prince, the FFA risks losing support within Asia. Lowy’s vote will determine whether expediency still rules, or whether after a decade in Asia the FFA feels the time has come to start taking a stand. Again, good reason for Lowy to reveal which way Australia votes.

What is clear is that while few expect Blatter to lose, next week’s poll in Zurich is a marker for the forces of change. I don’t buy the view that all FIFA does is bad, far from it. But I do accept that Blatter is damaged goods beyond repair, and the game desperately needs a new leader to restore confidence, and faith, in the world body. Whether that man is Prince Ali is a moot point. But he does represent a new order. Australia’s choice is to be ahead of the curve, or behind it. For the next few days, a sore shoulder won’t be the only thing keeping Lowy awake at night.

 

The Canberra Times