Quando Dado Cavalcanti foi anunciado como novo treinador do Ceará. Não houve espanto, nem surpresa, não houve queima de fogos, animação, nem muito menos decepção. Mas ficara uma dúvida: Com duas derrotas seguidas, a diretoria vai suportar a pressão?
No meu post sobre o até então novo treinador alvinegro, eu lembrei das passagens de Dado por outros clubes e até questionei se a Diretoria teria paciência caso os resultados não aparecessem nos primeiros três meses (não durou nem dois).
Por ser muito novo, 33 anos, e nas últimas temporadas ter tido mais motivos para desconfiar do que acreditar, Dado Cavalcanti precisava de uma arrancada nos primeiros jogos para mostrar seu potencial e evitar os olhares atravessados.
A derrota para o Guarany de Sobral, logo no segundo jogo do ano, não estava nos planos da comissão técnica, nem da diretoria. A desconfiança começou ali. Aí, depois, os empates comFortaleza, Guarani de Juazeiro e por último com River foram demais para os dirigentes alvinegros.
Classificado para a segunda fase do Estadual em 1º lugar, e ainda com quatro jogos para fazer na Copa do Nordeste, a diretoria resolveu recomeçar e acreditar que é possível trazer um novo comandante para mudar os rumos do time.
O entrave, contudo, é o nome do novo treinador: Silas Pereira. Só para não me alongar. Acho Silas com bem mais capacidade que o Dado. Mas, hoje, não o vejo no mesmo nível do Sérgio Soares.
Mas aí é que está. Quando Sérgio Soares chegou a Porangabuçu, no lugar de Sérgio Guedes, não havia toda essa badalação.
Com um estilo ofensivo, falando bem, transparente e ainda com os jogadores ajudando, Sérgio Soares conseguiu cair nas graças da torcida alvinegra. E nem mesmo a derrota (incrível para o Joinville) e a perda do acesso o derrubaram. Pelo contrário, o fortaleceram. Tanto que permaneceu, conquistou o tetra e foi vice-campeão da Copa do Nordeste.
Depois acabou sucumbindo a uma pressão extra-campo de dirigentes, mudou o estilo e com o time em queda livre, caiu.
Voltando ao Silas, só uma sequência de bons resultados poderá fazer o novo técnico alvinegro não ser mandado embora como foi Dado Cavalcanti. Resumindo, vai ter de ir bem no Estadual até ganhar o Penta e classificar o time à segunda fase da Copa do Nordeste.
Não consigo enxergar a diretoria deixando Silas para a Série B do Brasileiro, caso não levante o troféu do Estadual. Ou seja, o planejamento de 2015, depende do título cearense.
Como a saudade de Sérgio Soares é grande, o torcedor do Ceará precisa preencher o espaço deixado com alguém que faça o time jogar bem e traga resultados positivos de imediato.
Com jogos às quartas e domingos, apenas dois dias de intervalo para fazer treinamentos e ainda ter de trabalhar com jogadores que foram indicados pelo antecessor, Silas vai precisar mostrar muito talento e competência para substituir com louvor Sérgio Soares.
Se a contratação de Dado Cavalcanti foi um erro, a diretoria quer corrigir com Silas. Que o ex-jogador do São Paulo e da Seleção Brasileira possa trabalhar com paciência. Resta saber se isso lhe ofereceram.
Blog do Mário Kempes – Diário do Nordeste – 12/02/2015