
Deputados da comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte e lideranças do setor produtivo criticaram a ausência de representantes da Cemig na audiência pública, promovida nesta quarta-feira (18/4), que discutiu o reajuste médio de 25,87% na conta de energia elétrica dos mineiros. A revisão tarifária está tramitando na Aneel, agência reguladora, e entrará em vigor no dia 28 de maio próximo. O aumento, considerado abusivo pelos consumidores, é o maior proposto nos últimos 10 anos.
O reajuste acontece no mesmo momento em que a Cemig comemora um lucro líquido de R$ 1 bilhão, conforme o balanço financeiro de 2017 da companhia, quase o triplo do lucro obtido no ano anterior, de R$ 335 milhões. A alta poderá, além de pesar no bolso dos consumidores residenciais, poderá ainda inviabilizar negócios e até gerar desemprego.
“Com um percentual de reajuste tão alto, o povo não vai aguentar. Ninguém mais aguenta tanto aumento de impostos, de taxas e tributos desse governo do PT. Não se tem aumento de salário, não se tem emprego, mas o governador Pimentel continua sobrecarregando o cidadão. Isso também tira toda a competitividade da indústria mineira. Vai ter que produzir com um aumento de 35% do custo de energia e vai vender para quem? Quem é que vai dar conta de absorver um aumento desse?”, questionou o deputado Felipe Attiê, presidente da comissão de de Defesa do Consumidor e Contribuinte.
Para o deputado João Leite, a postura da Cemig, que se recusa a enviar um representante para discutir com a população, é o retrato do governo de Fernando Pimentel. “É lamentável. Um governo totalmente distante da população. Mais do que lamentável, é inaceitável que em um momento que a Cemig registra um grande lucro, repassando dividendos para os acionistas, e, na ponta, penaliza o consumidor com esse aumento estrondoso, acima de 20%, em um momento em de crise econômica no país”, afirmou.
Para o diretor-jurídico da Federação das Associações Comerciais de Minas Gerais, Carlos Alberto Moreira, um aumento superior a 20% na conta de energia traz um impacto altíssimo no custo de manutenção de micro e pequenas empresas e, caso elas não consigam repassar o impacto para seu mercado consumidor, inevitavelmente a forma de cortar custos é demitindo funcionários. Segundo ele, um percentual razoável deveria ser baseado no índice de inflação.
“Estamos falando de um insumo que impacta praticamente qualquer produto ou negócio, a consequência lógica é que isso impacte no preço final do consumidor e na disponibilidade de postos de trabalho. Encaminhamos uma proposta para a Cemig para evitar esse aumento imposto à sociedade e mitigar esse efeito maléfico. No nosso entendimento, um percentual razoável seria em torno de 5% a 6% ou mais próximo até da inflação acumulada no período”, afirmou Moreira.
Para a baixa tensão, o aumento será de aproximadamente 34,41% e para a baixa tensão, de 22,73%.
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