Cameroun – Crise anglophone – Pr Manassé Aboya Endong (politologue): «A la barbarie, il faut opposer la force de l’Etat»

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Pr Manassé ABOYA ENDONG MAE
L’universitaire condamne l’attitude des politiciens camerounais qui à son avis «souhaitent que le pire puissent arriver au Cameroun».

Le professeur Manassé Aboya Endong applaudit la déclaration de guerre de Paul Biya aux « terroristes » de la zone anglophone du Cameroun. Le politologue a déclaré le 3 décembre 2017  au cours de l’émission  Canal Presse (Canal 2) qu’il était important que le pays riposte aux attaques que ses forces de défense et de sécurité ont subi ces jours-ci. « Il s’agit de la barbarie. A la barbarie il faut opposer la force de l’Etat. Et nous allons dans une situation extrêmement catastrophique  pour la stabilité de notre pays qui est déjà affaibli par différents fronts », justifie-t-il.

Manassé Aboya croit que le Cameroun fait face à des assaillants qui lui font la guerre. Des assaillants clairement identifiés selon lui.  « Or contrairement à ce que les gens pensent le président dit que les choses sont désormais claires mais vous savez que d’un côté ce n’est pas la population anglophone. Il s’agit du Southerns Cameroon Ambazonia consortium front action. C’est quelque chose de constituée en force militaire. Nous sommes dans une guerre ouverte entre deux entités opposées. C’est-à-dire entre une armée républicaine et une armée d’insurgés qui défile en tenue militaire. Et à partir de ce moment-là est-ce qu’un chef d’Etat séreux peut s’empêcher de prendre des mesures   conséquentes ? », poursuit l’intellectuel.  Qui se montre déçu par l’attitude des hommes politiques. Il estime qu’ils ne sont pas assez solidaires du président de la République dans cette nouvelle épreuve.

« C’est une déclaration de guerre qui devait mobiliser tous les politiques. Moi je suis surpris. Quand il y a eu les attentats de Paris vous avez vu toute la classe politique mobilisée derrière leur  président pour combattre un péril qui menace la stabilité de l’Etat, qui menace la fierté de la France. Je suis surpris que parce que les uns et les autres ont des calculs politiciens souhaitent que le pire puisse arriver au Cameroun parce que c’est un  président qui est là. C’est un moment solennel, important, pour que tous ceux qui aiment le Cameroun, puissent effectivement le montrer à travers une mobilisation contre un ennemi déclaré du Cameroun. Il ne s’agit pas d’un problème politique. Il s’agit de la survie de la République. Les gens vont ranger d’abord leurs ambitions politiques », suggère l’ancien enseignant des universités de Douala et Dschang. Il dénonce  « une dérive politicienne extrêmement grave qui indique que la culture politique a foutu le camp ».

 

Source  :  Cameroon-Info

Infarmed: Costa deixa ministro da Saúde tremido na fotografia

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Debate quinzenal e europeu com defesa europeia e Centeno na agenda

Ausente da sala – mas presente nas intervenções de quase todas as bancadas – o ministro da Saúde, Adalberto da Costa Fernandes foi quem se saiu pior do debate quinzenal com o primeiro-ministro que esta tarde se realizou no Parlamento. E nem foi só por culpa da oposição PSD/CDS; antes pela do primeiro-ministro. Tema: a suposta transferência do Infarmed de Lisboa para o Porto.

António Costa – questionado sobre o assunto primeiro pelo PSD (Hugo Soares) e a partir daí por quase todos os outros partidos – reconheceu, das mais variadas formas e feitios, que houve “erros” e “inabilidades” na forma como o Governo tratou do assunto.

Ou seja, especificou, como o Governo (isto é: ministério da Saúde) comunicou publicamente a medida sem antes a tratar com a administração do Infarmed e com os trabalhadores (para os “tranquilizar”).

“Se há coisa que manifestamente tenho de reconhecer, é que nisto o Governo foi muito inábil, porque decidir uma coisa boa e apresentá-la como uma coisa má, é inábil”, disse o primeiro-ministro.

Insistindo: “O Governo não exprimiu da melhor forma a sua vontade política de fazer essa transferência”. Insistentemente questionado por Hugo Soares – “o Infarmed vai ou não para o Porto?” -, Costa daria – embora repetindo cinco vezes – uma resposta equívoca: “A decisão do Governo é que o Infarmed vá para o Porto”. Dito de outra forma: se vai ou não vai, é o que está para se ver; para já, é isso que o Governo quer. Mais tarde, garantiria que, na transferência dos trabalhadores, o Estado de Direito será respeitado. Pelo meio, tentou pôr o PSD e o CDS a dizerem se são a favor ou contra a transferência. Em vão.

O debate foi ainda marcado pelo regresso ao plenário do “flic-flac à retaguarda” do PS (expressão de Hugo Soares) na questão da taxa sobre as renováveis que o BE queria criar no OE2018 (e que os socialistas primeiro aprovaram e depois aprovaram).

Costa garantiu que não deu uma “ordem” aos deputados do PS mas que apenas disse ser contra quando lhe pediram a opinião. Catarina Martins, líder do BE, foi violenta com o Executivo: “Uma república das bananas é aquela que faz sempre os contratos à medida dos grandes interesses económicos.” Costa respondeu que não “república das bananas” mas sim “Estado de Direito”: “O Estado de Direito foi o que fez com que este Governo [conseguisse com que não se repercutisse] no preço dos consumidores a tarifa social e a CESE [Contribuição Especial sobre o Setor Energético].”

Este foi também o primeiro debate quinzenal depois da eleição do ministro das Finanças, Mário Centeno, como presidente do Eurogrupo.

À esquerda, exprimiram-se as reservas esperadas: a eleição, como sintetizou Heloísa Apolónia (PEV), representa uma “maior submissão” de Portugal aos ditames da UE. À direita, quase nada: o PSD parabenizou Centeno e o CDS nada disse. António Costa, pelo seu lado, empenhou-se em assegurar que Centeno levará para o Eurogrupo uma visão “diferente” da que tem sido dominante, onde pontificam as políticas austeritárias.

Além do mais, disse ainda, “quem não vai a jogo perde por falta de comparência” e “é melhor estar a presidir do que participar sem presidir”. E com um português a presidir aos países do euro não se repetirão frases como as do presidente cessante, Dijsselbloem, na sua caracterização dos países do sul (“não se pode gastar em mulheres e álcool e, depois, pedir ajuda”).

Talvez para prevenir argumentos à esquerda, Costa procurou também, nas suas intervenções de abertura e de encerramento, fazer um balanço dos seus dois anos de governação sublinhando o que já foi conquistado em termos de diminuição da pobreza e das desigualdades – e garantindo para o futuro a “serena determinação” do Governo na “continuidade” nessas políticas.

 

Diário de Noticias – Portugal