Aldo Leone Filho conta ainda que, nos últimos dias, sentiu um forte aumento da procura por viagens para a Europa, com o euro em queda.
“Esse negócio do euro baixo está sensacional pra gente. O que nós vendemos para a Europa nas últimas duas semanas é quase o dobro do ano passado. É inegável”, afirma. “E tem ainda uma mudança do comportamento do consumidor. O brasileiro está voltando a buscar viagens pela cultura e para ‘dar um relax’, não para fazer compras.”
Para quem tem viagem marcada, é hora de comprar dólar?
Mesmo em momentos de alta ou queda brusca do dólar, a recomendação dos especialistas é evitar fazer “previsões” para escolher o momento da compra da moeda para viajar.
“Fazer previsões obre o dólar é sempre complicado, é mais ou menos que nem acertar o sexo do bebê durante a gravidez sem ultrassom. O que a gente sugere é prestar atenção no valor médio”, diz José Eduardo Balian, professor da Faculdade de Administração da FAAP. “A sugestão é: vá comprando em período diferentes.”
Recomendação para o turista que precisa adquirir moeda é dividir a compra em partes
(Foto: Reuters)
Isso significa que a recomendação para o turista que vai viajar daqui a três meses, por exemplo, é de dividir a compra, adquirindo um pouco de dólares a cada mês, por exemplo. Assim, no final, terá comprado a moeda pelo valor médio daquele período. “O valor médio é mais interessante que o valor específico do momento”, diz Balian.
é difícil saber o que vai acontecer na semana. Por isso o valor médio pode ser uma solução”
José Eduardo Balian, professor da FAAP
“É duro saber o momento certo de comprar. Se você vai viajar, compre um pouco hoje, um pouco amanhã, depois de amanhã, semana que vem, e analise o valor médio. Agora, claro, se você não comprou a moeda ainda e vai viajar agora, com essa queda é um bom momento. Mas é difícil saber o que vai acontecer na semana que vem, de repente estoura uma bomba, acontece outro escândalo, uma coisa muito séria, e aí o dólar vai subir de novo. Por isso o valor médio pode ser uma solução.”
Por que o dólar de turismo é mais caro?
O dólar de turismo, também usado por consumidores para comprar algo no exterior ou mesmo quando importam produtos de outros países, é mais caro que o dólar comercial – usado pelas empresas e bancos para as outras transações realizadas no mercado de câmbio, como exportação, importação e transferências financeiras.
O preço pago pelo dólar leva em consideração os custos administrativos e financeiros. Segundo o Banco Central, a taxa de câmbio pode variar de acordo com a natureza da operação, da forma de entrega da moeda estrangeira e de outros componentes tais como valor da operação, cliente, prazo de liquidação etc. Como os consumidores compram volumes menores que as empresas e outros bancos, esses custos tendem a ser maiores.