Criança sofria de cardiopatia congênita e estava internada há dois meses.
Piauí não conta com nenhum centro que faça cirurgia para corrigir o problema.
Uma criança de pouco mais de cinco meses de idade morreu nesta terça-feira (7) vítima de complicações por conta de uma cardiopatia congênita, doença rara que ataca o coração. Segundo o conselheiro tutelar Djan Moreira, o bebê estava internado há dois meses no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) e aguardava uma decisão da Justiça que ser transferida para outro estado.
“Ontem nos ligaram informando da situação dessa criança, que estava há dois meses no HUT. Nós demos a ideia de a família acionar o plantão judiciário pedindo uma vaga na UTI do HUT e posterior transferência da criança para outro estado, para que ela fizesse uma cirurgia para correção da cardiopatia. Infelizmente, o bebê não resistiu e morreu”, contou.
Para o conselheiro, o estado tem que tomar uma atitude em relação às crianças que sofrem desse mal. Atualmente não há no Piauí nenhum centro, privado ou público, que realize a cirurgia que corrige a cardiopatia congênita e, segundo Djan Moreira, a secretaria de saúde não quer pagar a transferência dessas crianças para outros estados.
A Secretaria de Estado de Saúde afirma que as crianças acometidas com cardiopatia congênita grave são cadastradas na Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC), que coordena uma fila nacional de pacientes que precisam de tratamentos complexos. A Central é de responsabilidade do Ministério da Saúde.
A Sesapi esclarece que o Piauí não é dotado de nenhum centro público oU privado que trate cardiopatia congênita. A secretaria diz ainda que solicitou mais rapidez do Ministério da Saúde no atendimento ao pacientes inseridos na fila da Central.
Em abril deste ano, um bebê de apenas um mês de vida foi transferido da Maternidade Evangelina Rosa para o estado de Goiás para receber tratamento especializado de cardiopatia congênita. A criança foi levada pela UTI aérea. A transferência foi determinada pela Justiça, que concedeu pedido feito pela Defensoria Pública e Ordem das Advogados do Brasil, seccional Piauí (OAB-PI).
G1.COM.BR