Homem veio com a esposa de Brasília e deu R$ 1,2 mil à mãe em Oiapoque.
Casal foi preso na BR-156 após dar informação falsa ao Conselho Tutelar.
Bebê que teria sido negociado quando era gerado,
está com 7 meses (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
A Polícia Civil do Amapá informou nesta sexta-feira (27) que o homem suspeito de tentar comprar um bebê de sete meses junto com a esposa em Oiapoque, a 590 quilômetros de Macapá, é funcionário da Câmara dos Deputados, em Brasília.
O casal teria viajado ao Amapá com o pretexto de encontrar um familiar, mas foram presos na BR-156 com a criança, a qual teriam pago ao todo cerca de R$ 1,2 mil para a mãe.
O delegado Charles Corrêa, que efetuou a prisão e ouviu os envolvidos, contou que o suposto processo de compra por parte do casal iniciou em maio de 2015, quando a mãe estava grávida.
Ela teria falado em depoimento que era garimpeira e tinha outros filhos, e que, por isso, queria dar a menina que ainda gerava, à época. Segundo Corrêa, uma amiga dela teria informado casais que compravam crianças.

Ainda segundo a polícia, o servidor federal e a esposa teriam tido o primeiro contato telefônico alguns dias após a mulher manifestar interesse em vender a criança. Ela teria cobrado R$ 1 mil pela filha, comprometendo-se a entregá-la logo após o nascimento. No parto, em outubro de 2015 a mãe desistiu da venda. No dia 20 de maio, eles se encontraram em Oiapoque e o casal pagou mais R$ 250 para ter a criança.

ao Conselho Tutelar (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
De acordo com as informações passadas pelo servidor à Polícia Civil, ele teria 54 anos. O G1consultou o nome dado por ele no Portal da Transparência da Câmara e identificou que ele seria técnico legislativo com vínculo desde 1985. Ainda de acordo com o portal, a remuneração fixa do suspeito seria de quase de R$ 27 mil mensais.
O casal foi detido junto com a mãe da criança e com uma taxista que seria familiar dos dois. Os quatro permanecem presos em flagrante no Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) de Oiapoque, onde aguardam por audiência de custódia. A criança foi encaminhada ao Conselho Tutelar.
Para facilitar o transporte da criança para Brasília, o casal junto com a mãe teria dado uma informação falsa no Conselho Tutelar de Oiapoque. Os dois contaram que seriam tios da menina. O padrasto da criança denunciou o caso à Polícia Civil e acionou a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que abordou o carro na BR-156.
O delegado Corrêa afirma que a prática, classificada como “barriga de aluguel”, configura crime. “Prometer ou efetivar venda de filho a terceiros mediante recompensa, isso incorre para a mãe. Isso vale para pagamento em dinheiro ou outros bens. Independente da mulher pagar os R$ 1 mil na hora de receber. Ela já estar bancando a mãe conta como crime”, reforçou o delegado.
G1.COM.BR