Notícia Publicada em 11/04/2016 19:22
Em áudio vazado, vice-presidente evita imagem de salvador da pátria e cita “governo de transição”
Ai , ai , ai , ai
está chegando a hora
O dia já vem raiando meu bem
e a Dilma já vai embora…
SÃO PAULO – O vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP) não quer ser visto como nenhum super-herói, capaz de salvar o país com um raio milagroso, caso venha a assumir o comando do país, após uma possível aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em um áudio supostamente enviado por engano por Temer a um grupo de whatsapp, o peemedebista procura conter o entusiasmo com uma eventual troca de governo, e afirma que o país não mudará da noite para o dia. Segundo Temer, fazer o Brasil voltar a crescer “significará sacrifícios iniciais ao povo”.
“Não quero gerar expectativas falsas”, disse. “Não se pode pensar que, havendo um novo governo, tudo estará resolvido em três ou quatro meses; nesse prazo, pode-se começar a encaminhar as soluções”, acrescentou. Temer, que também é o presidente nacional do PMDB, citou que seu governo será de “transição” em alusão à disposição de promover um pacto de reconciliação nacional. O vice-presidente sinalizou com a possibilidade de tocar as tão citadas reformas, como a política e a tributária.
O peemedebista, que é acusado pelo PT de ser o principal mentor do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, procurou também garantir que manterá “as conquistas sociais dos últimos tempos”. Temer lembrou o temor, difundido por parte dos governistas e dos movimentos sociais, de que, uma vez no Palácio do Planalto, cortaria programa como o Bolsa Família, o Pronatec e o Fies.
“Tudo isso é falso e mentiroso”, disse, no áudio. “Isso é fruto da política mais rasteira que tomou conta do país”, completou. Temer afirmou que, em vez de acabar com os programas, pretende ampliá-los até que o Brasil chegue a um momento em que não necessite mais deles.
O FINANCISTA