SÃO PAULO – Em mais um dia de agenda fraca de indicadores econômicos, os investidores devem operar de olho no cenário político nesta quinta-feira (31).
Os rumores de que a presidente Dilma Rousseff estaria tendo êxito nas negociações com partidos menores para garantir votos suficientes para barrar o processo de impeachment ganharam força. Eles já pesaram sobre o mercado nesta quarta-feira (30) e podem continuar repercutindo amanhã.
Segundo Vitor Suzaki, analista da Lerosa Investimentos, a percepção de que o próprio PMDB está rachado ganhou espaço após informações de que nenhum dos seis ministros do partido estaria disposto a deixar o cargo.
“A permanência dos seis ministros poderia desencadear um racha no partido e garantir alguns votos favoráveis a Dilma. Neste contexto, o fantasma do não impeachment deve mexer com os investidores”, avalia.
As notícias de que os partidos sinalizaram que só darão uma posição definitiva sobre a permanência na base aliada do governo federal nas próximas semanas podem atribuir volatilidade aos mercados.
Na agenda externa, os investidores estarão atentos à publicação do indicador que mede o número de pedidos iniciais de seguro-desemprego (Initial Claims, em inglês) nos Estados Unidos, às 9h30 (horário de Brasília). Da zona do euro, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de março será publicado às 6h.
Após o fechamento do pregão, será divulgado pela Caixin e pela Markit o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da China de março, às 22h45. Além disso, o PMI de serviços da China de março será publicado pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês) às 22h.
“Os agentes devem ficar atentos aos dados divulgados amanhã, mas as expectativas estão concentradas na publicação do relatório de emprego, conhecido como payroll, qiue acontecerá na sexta-feira (1)”, disse Suzaki.
Fechamento de mercado
O principal índice da Bovespa fechou em alta pelo terceiro pregão seguido nesta quarta-feira, beneficiado por ganhos em Wall Street, mas o cenário político doméstico nebuloso abriu espaço para alguma realização de lucros e limitou os ganhos.
O Ibovespa subiu 0,18%, a 51.249 pontos, maior patamar de fechamento desde julho de 2015. Na máxima do dia, subiu mais de 2%, e chegou a 52.261 pontos. O volume financeiro no pregão somou R$ 7,83 bilhões.
O dólar fechou em queda e voltou a se aproximar dos R$ 3,60 nesta quarta-feira, influenciado pela atuação contida do Banco Central no câmbio e por menores expectativas de aumentos de juros nos Estados Unidos.
O dólar recuou 0,47%, a R$ 3,6209 na venda, após recuar mais de 1% e atingir R$ 3,5986 na mínima do dia.
(Com Reuters)