Aguinaldo Silva se prepara para dar início aos trabalhos da sua Fábrica de Seriados, um voo independente, cuja proposta é buscar um novo padrão para o gênero, abandonando assim a subserviência ao modelo americano. O primeiro, já está definido, se passa no Rio de Janeiro dos anos 1920 e tem como personagem principal o jornalista e escritor João do Rio.
“É uma história de terror”, avisa Aguinaldo, que enxerga no segmento como o grande negócio do futuro na televisão.
A “Fábrica” desenvolverá inicialmente quatro seriados, mobilizando quatro diferentes grupos de roteiristas oriundos dos cursos Master Class, promovidas pelo autor, que serão, primeiro, oferecidos à Rede Globo. Caso não haja interesse, os projetos irão para o mercado.
Em tempo: João do Rio, pseudônimo de João Paulo Barreto (5 de agosto de 1881 – 23 de junho de 1921), possui uma trajetória rica e polêmica.
Segundo seus biógrafos, ele representou o surgimento de um novo tipo de jornalista na imprensa brasileira do início do século XX – aquele que não exercia o jornalismo como “bico”. Eleito para a Academia Brasileira de Letras, foi o primeiro a tomar posse usando o hoje famoso “fardão dos imortais”. Além de trabalhar em vários veículos, explorou o terror e o suspense em alguns de seus contos.
E é por aí que o Aguinaldo e sua equipe pretendem dar o “start”ao primeiro seriado dessa “Fábrica”.
Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery