Há quem diga que o título da seleção na Copa América apagará a humilhação dos 7 a 1, diante da Alemanha, na semifinal de um Mundial em casa. Discordo. O mal que a goleada avassaladora expôs é muito maior do que qualquer conquista sul-americana. E o escândalo de corrupção que levou José Maria Marin à cadeia não há resultado, dentro de campo, que compense.
O futebol brasileiro precisa se reinventar. Com urgência. Seu calendário é desastroso, o nível do futebol praticado por aqui, desanimador e o pensamento da maioria de nossos cartolas, obtuso, pra não dizer coisa pior.
O grande problema é como fazer isso se, na estrutura atual de poder, quem decide o destino da CBF são as Federações Estaduais, tão ou mais obsoletas (uma vez mais, para dizer o mínimo) que ela.
Os clubes, alguns com administrações mais modernas e empreendedoras, poderiam ser a salvação. Mas, endividados como estão, cadê coragem de romper com o daninho “status quo”?
Faça o que fizer o time de Dunga, no Chile, o futebol brasileiro continuará a ter um longo caminho pela frente, se quiser voltar a ser, de fato e de direito, um dos melhores do mundo.
Algo que não creio ter possibilidade de acontecer dentro dos moldes vigentes e com os atuais cartolas da CBF e das Federações que a suportam.
Renato Maurício Prado – O GLOBO – 14 /06 /2015