Na próxima sexta-feira, 20/03, chega ao fim Vitória, mais uma novela vítima da péssima estratégia de programação da Record. A emissora, que sonhava ser líder (e que hoje conta os minutos que fica na vice-liderança), errou ao colocar Vitória para disputar com o carro-chefe da Globo, a novela das nove. Tudo bem, não é um folhetim redondo, digamos perfeito, mas que poderia ter sido tratado de outra forma.
Vitória foi lançada no período da Copa do Mundo e esquecida pela emissora após a estreia. É incrível o descaso da Record com os produtos de teledramaturgia.
Enfim, melhor falar da trama apresenta por Cristianne Fridman. É verdade que Vitória começou um pouco confusa; melodramática demais; com um casal de protagonistas nada convincente; e com a ausência de um antagonista. A autora apostou forte no núcleo de neonazista, que, no começo, funcionava como núcleo paralelo sem nenhuma relação com a história central. A grande maioria estranhou a narrativa, e a autora fez ajustes pontuais, definiu o antagonista Iago (Gabriel Gracindo); aproximou os casais Diana (Thaís Melchior) e Artur (Bruno Ferrari), e apostou no drama, abordagem que ela sabe fazer de forma brilhante.
Vitória se tornou um novelão, com drama, ação, romance, suspense, comédia. Uma pena que o horário de exibição e os erros apresentados inicialmente foram cruciais para o desempenho final.
Quanto aos números de audiência, Vitória termina com 6 pontos de média. Por conta do horário de exibição não esperava pelos dois dígitos, mas torci pelo sucesso. Infelizmente não pude acompanhá-la na íntegra, mas assisti boa parte. Gostaria de parabenizar o elenco: unido e esforçado. A direção – sob a responsabilidade de Edgard Miranda – também me surpreendeu. Do elenco destaco as maravilhosas Lucinha Lins e Beth Goulart, que protagonizaram cenas incríveis. Juliana Silveira fez um trabalho formidável. Gabriel Gracindo, Maytê Piragibe, Raymundo de Souza, Marcos Pitombo, Bruno Ferrari também merecem elogios.
No contexto geral, Vitória foi uma novela mediana. Não considero o melhor trabalho de Cristianne Fridman, mais ainda a considero um dos nomes mais promissores da dramaturgia brasileira. Os últimos dois meses de Vitória tem sido surpreendentes. Um capítulo melhor que o outro. É incrível o talento dessa autora.
Acompanharei a última semana na expectativa pelo final de Zuzu (Lucinha Lins), que sofre de Mal de Alzheimer.
Por: Jeferson Cardoso