Dramaturgia da Globo torce pelo sucesso da Record

30.ou.2014- Escaladas para "Os Dez Mandamentos", nova novela da Record, Samara Felippo, Mel Lisboa e Gisele Itié fazem selfie antes de assistirem palestra na emissora

30.ou.2014- Escaladas para “Os Dez Mandamentos”, nova novela da Record, Samara Felippo, Mel Lisboa e Gisele Itié fazem selfie antes de assistirem palestra na emissora

Há uma situação no mínimo inusitada acontecendo na Globo, de seus profissionais torcerem para que a Record possa voltar a fazer alguma ameaça à líder de audiência. E isso principalmente entre pessoas da área de dramaturgia.

Para esses profissionais –autores, diretores e técnicos– seria importante que a concorrente também exibisse produções de sucesso e provocasse uma sacudida no mercado para que eles pudessem ser ainda mais valorizados em casa.

O problema em questão é passar do desejo à prática, ou seja, acontecer essa forte reação da Record, porque nada indica para isso. Bem ao contrário, até porque o momento requer os pés no chão, economia mesmo, nada de “loucuras” nos próximos tempos.

Não se pode esperar, inclusive, que “Os Dez Mandamentos”, que estreia no ano que vem, possa operar milagres. É pouco.

Assim sendo, a Globo, tudo indica o cenário atual, vai permanecer absoluta, ditando o ritmo, as regras. É bom, portanto, não alimentar falsas ilusões.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

Neto responsabiliza Felipão se alguma coisa acontecer com ele

Neto, ex-jogador e comentarista da Band

Está uma troca de tiros intensa entre a imprensa esportiva e Luiz Felipe Scolari, a ponto do Neto afirmar, em seu programa, na segunda-feira, que se alguma coisa acontecer com ele, será por culpa do treinador. O trecho do programa em que o Neto afirma isso pode ser visto a partir dos 29minaqui.

O relacionamento do Felipão com a imprensa sempre foi meio assim. Hoje, curiosamente, ele levanta suspeitas sobre a CBF, onde até outro dia era funcionário. Mas naquilo que diz respeito ao Neto, a bronca vem desde os preparativos da seleção para a Copa do Mundo, quando por determinação da Bandeirantes o comentarista se viu obrigado a calar suas críticas. Só nessas condições, o treinador voltaria a dar entrevistas e não se azedaria tanto ou ainda mais a convivência com a casa do futebol.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

“Vídeo Show” do SBT ainda não tem aprovação de Silvio Santos

Bruno de Luca gravou piloto de programa no SBT

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*

Candidato à grade de 2015 no SBT, o projeto do “Vídeo Fama”, mistura de “Vídeo Show” com “TV Fama”, teve um total de 17 pilotos gravados, entre outros, com Rosana Jatobá, Bruno de Luca, Jacqueline Meirelles, Lívia Andrade, Cléo Brandão e Analice Nicolau*.

Silvio Santos ainda não se manifestou sobre sua exibição ou não.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

“Já me mandaram procurar o Pronatec”, diz Oscar Filho sobre saída do “CQC”

Oscar Filho diz que vai esperar o fim do ano para procurar novos projetos

Depois de publicar uma carta de despedida do “CQC” na internet, o humorista e apresentador Oscar Filho falou à coluna na tarde desta terça-feira (25) sobre seu desligamento. Ele contou que, por conta dos vazamentos de informações na internet, já esperava que pudesse ser dispensado e que já está ouvindo uma série de piadas sobre a situação. “Já me mandaram procurar o Pronatec, a Catho, o Senai. Agora mesmo num grupo do Whatsapp me chamaram para jantar e disseram que vão pagar a minha parte porque eu estou precisando. A zueira não pode acabar”, disse.

O humorista também fez elogios a Dan Stulbach, anunciado como novo apresentador do programa a partir de 2015, e disse que o ator “sempre mostrou interesse no programa”. Mas vê a troca como um desafio: “Tas imprimiu um DNA muito forte no programa”.

Confira a íntegra da entrevista:
UOL – Como ficam seus próximos passos na carreira a partir de agora?
Oscar Filho – Quando saí de Atibaia, eu queria ser ator de teatro, cinema, TV. Me formei para isso e não aconteceu praticamente nada neste sentido. Ou seja, tudo o que eu planejei não aconteceu. Virei repórter/apresentador de um programa de humor jornalístico. Nunca imaginava. Agora, eu não sei. Não sei se é melhor fazer planos ou ver o que acontece. Quero escrever meu segundo livro, já que o primeiro foi incrivelmente aceito pelos leitores, dirigir uma peça de teatro de suspense que eu adaptei de um filme… Mas isso só no ano que vem. O que eu mais quero agora, de verdade, é  tirar férias e nadar!
Quando ocorreu a comunicação oficial sobre seu desligamento?
Na sexta-feira passada. Diego Barredo e o diretor do programa, Gonzalo Marcó, me deram a notícia. Já tava meio que esperando devido a todos os vazamentos de informações na internet. Isso acabou causando uma insegurança geral nas pessoas.
Você fez seu anúncio oficial de despedida do “CQC” ontem em seu blog e hoje gravou para o programa. Como foi o clima da gravação de hoje? Foi um dia normal de trabalho?
Me acostumei com a história. Na sexta-feira, quando me foi falado, também tive que trabalhar pelo programa. Sou contratado da Band até o fim de dezembro deste ano. Até lá, a Band, o “CQC” e o “Proteste Já” terão a mesma qualidade e o mesmo empenho destes sete anos.
O “Proteste Já” é um dos melhores quadros do CQC, talvez o melhor, e o seu trabalho também sempre muito elogiado à frente do quadro. Achou estranha a decisão pelo seu desligamento?
Olha, sempre me foi dito, dentro do programa, que o “Proteste Já” é a menina dos olhos do programa. Se me tiraram de lá depois de quatro anos representando o quadro, algo saiu errado. Pode ser algo que eu nem saiba ou que tenha controle sobre. Já que está havendo mudanças, eu faço parte delas. Sentiram essa necessidade, e eu tenho que acatar, né?
Acha que foi bem aproveitado no programa? Faria alguma coisa diferente? 
Sim, fui muito bem aproveitado. Quando entrei no programa, eu era o pior dos repórteres. Primeiro por inexperiência e segundo por ter sido o último dos integrantes a entrar faltando, apenas, duas semanas pra estrear o programa. Com o tempo, fui sabendo lidar com os percalços, com a imaturidade, com a falta de experiência. Fiz muitas matérias boas até chegar ao “Proteste Já”, o quadro que os diretores defendem como o ponto alto do programa. Após isso, fui pra bancada e fiquei durante dois anos! Ou seja, pra quem começou mal para caramba e chegou à bancada apresentando ao vivo, pra mim pessoalmente, foi um feito. Sinto completamente que passei por todas as etapas do programa.

O programa está passando por uma profunda renovação de elenco. Acha que isso era mesmo necessário? Havia alguma pressão por conta de audiência?
O programa já levou tudo quanto é prêmio. Já foi o queridinho de todo mundo. O “CQC” virou uma marca, uma referência. Muitos programas de TV passaram a copiar, senão o formato, as piadas gráficas que o programa fazia antigamente. Hoje em dia, depois de sete anos, as pessoas já sabem do que o programa se trata. A TV brasileira está em crise. Tem um veículo que nem é mais novo, chamado internet, que está deixando os executivos de emissoras de cabelo em pé, você deve saber disso. O “CQC” está tão em crise como inúmeros outros programas. A questão é que, como o programa ganhou vários prêmios e foi o foco das notícias durante muito tempo, e é até hoje, as pessoas, profissionais ou não, exigem muito do “CQC”. E ele precisa corresponder a essa pressão. Eu não sou dono de nada ali dentro, só tenho uns palpites. Quem decide o que fica e o que não, são eles. Devem saber o que estão fazendo. Se não, devem estar desesperados.

 

No texto, você diz que poderia ter se antecipado e dito que pediu para sair. Você estava se referindo ao Tas?
Não sei se o Tas fez isso. Falamos no dia seguinte do texto que ele escreveu no blog dele. Não falamos se foi uma decisão da emissora ou dele. Escrevi aquilo porque eu acho importante encarar os fatos como eles são. Eu poderia fantasiar pra mim mesmo, e para o público, que eu sou o fodão, que eu escolho o meu destino, a minha carreira e os meus sonhos. Não é assim. A gente não tem controle de nada. Resolvi, só, falar a verdade. A gente anda precisando disso.
O que esperar, nessa troca do Tas pelo Dan?
Acho o Dan Stulbach um puta ator. Já o vi no teatro várias vezes. Além do mais, sempre mostrou interesse no programa. No lançamento do filme “Ensaio Sobre a Cegueira” aqui no Brasil, ele chegou atrasado, pediu para os fotógrafos se poderiam ser rápidos e nós estávamos num lugar que ele não viu. Quando preparamos a câmera para falar com ele, prontamente ele veio “cavalgando” falar com a gente. Isso me mostrou o quanto ele gostava da gente. Se ele se empenhar no programa como se empenha em seus papéis, pode dar muito certo. Mas é um desafio, né? O Tas imprimiu um DNA muito forte no programa.
Está preparado para ouvir brincadeiras sobre seu desligamento, durante as próximas gravações do “Proteste”?
Muito! Já tá rolando. Já me mandaram procurar o Pronatec, a Catho, o Senai. Agora mesmo num grupo do Whatsapp me chamaram para jantar e disseram que vão pagar a minha parte porque eu estou precisando. A zueira não pode acabar!
Qual sua mensagem para os argentinos que comandam o programa? 
Espero que o Carlos Menem apareça em seus sonhos! (risos)
Flávio Ricco com Colaboração José Carlos Nery e Giselle de Almeida

Dois programas do SBT chamam Ivete Sangalo para entrevista

A cantora Ivete Sangalo, que terá de arranjar assuntos bem diferentes nos dois programas do SBT

A cantora Ivete Sangalo, que terá de arranjar assuntos bem diferentes nos dois programas do SBT

Ivete Sangalo por dois dias seguidos irá frequentar o SBT, gravando amanhã, quarta, o “De Frente com Gabi” e, na quinta, o “The Noite”, com Danilo Gentili. Nada contra, mas aí vem a pergunta: o que tanto tem a dizer a Ivete?

O que leva dois programas, de uma só emissora e com características absolutamente iguais, convidarem o mesmo artista para ser entrevistado? Alguma coisa está errada, concorda? Por mais que a Ivete chame atenção, vamos combinar que não é para tanto.

Este é um erro dos muitos programas de entrevistas, que hoje estão espalhados por todos os cantos. Mesmo com o Brasil chegando perto de 203 milhões de habitantes, o universo ou raio de ação dessas produções é sempre muito pequeno. O que aparece aqui hoje será o convidado de lá amanhã… e assim vai.

 

Flávio Ricco com colaboração de José Carlos Nery

Grade da TV Verdes Mares 26/11/2014

78513-tv-verdes-mares1

 

06:30

Bom Dia Ceará

 

07:30

Bom Dia Brasil

 

08:41

Mais Você

 

10:04

Bem Estar

 

10:47

Encontro com Fátima Bernardes

 

12:00

CETV 1ª Edição

 

12:47

Globo Esporte

 

13:20

Jornal Hoje

 

13:59

Vídeo Show

 

14:45

Sessão da Tarde Loucuras na Idade Média

 

16:26

Vale a Pena Ver de Novo Cobras & Lagartos

 

17:42

Malhação

 

18:21

Boogie Oogie

 

19:10

CETV 2ª Edição

 

19:30

Jornal Nacional

 

20:00

Alto Astral

 

20:25

Império

 

21:00

Futebol Copa do Brasil – Cruzeiro x Atlético-MG

 

23:00

Jornal da Globo

 

23:32

Programa do Jô

 

00:40

Corujão do Esporte

 

01:23

Corujão O Homem Sem Sombra

 

03:00

Corujão O Guardião 3: A Maldade do Cálice de Judas

 

05:00

Mentes Criminosas

TV Verdes Mares retransmite final entre Cruzeiro e Atlético-MG nesta quarta

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A TV Verdes Mares vai retransmitir para o Estado do Ceará Cruzeiro x Atlético-MG, nesta quarta, dia 26, às 21h00, horário de Fortaleza. A narração é de Rogério Correa, com comentários de Juninho Pernambucano, Bob Faria  e Arnaldo Cesar Coelho. Os repórteres Guto Rabello  e Eric Faria trazem os detalhes da partida.

 

Site da Rede Globo

Acesso sofrido: Joel Santana e Adilson Batista têm campanhas parecidas na Série B

Possível igualdade com o Avaí na última rodada deixará os dois treinadores com aproveitamento idêntico no Campeonato Brasileiro: 56,1% e 32 pontos conquistados.

Foi sofrido, suado. Mas o Vasco confirmou no último sábado o seu retorno para a Série A do Campeonato Brasileiro. A campanha foi comandada por dois treinadores: Adilson Batista e Joel Santana. Cada um deles treinou a equipe em um turno da competição. E ainda há chance de a dupla terminar com o mesmo aproveitamento no torneio.

montagem joel santana e adilson batista (Foto: Editoria de Arte)
Joel Santana e Adilson Batista têm campanhas parecidas na Série B (Foto: Editoria de Arte)

No primeiro turno, Adilson conquistou 56,1% dos pontos disputados. Ganhou 32, com oito vitórias, oito empates e três derrotas. Pediu demissão após a goleada por 5 a 0 para o Avaí, em São Januário, na 19ª rodada. Joel assumiu e manteve praticamente o mesmo aproveitamento. Após o 1 a 1 com o Icasa, acumula oito vitórias, sete empates e três derrotas. Se o Vasco empatar com o Avaí na última rodada, o aproveitamento da dupla será idêntico.

Adilson Batista
19 jogos
8 vitórias
8 empates
3 derrotas
32 pontos

Joel Santana
18 jogos
8 vitórias
7 empates
3 derrotas
31 pontos

Um dos líderes do Vasco na Série B, o zagueiro Rodrigo tentou resumir em palavras a irregularidade que foi uma das marcas da equipe na competição. Para ele, Joel e Adilson tiveram dificuldades para acertar e repetir a formação da equipe.

– O Joel encontrou dificuldades para acertar o time. Eu nem sei se ele conseguiu colocar a mesma equipe dois jogos seguidos. Não me lembro, mas acho que não conseguiu. O Adilson também não conseguiu. Nosso conjunto não deu liga, não foi o que esperávamos, não foi aquilo que havíamos encontrado no Campeonato Carioca. Não sei falar o porquê. Jogamos com equipes que teoricamente não têm muita tradição. Acho que a maior dificuldade que o Joel encontrou, não falo nem de uma resistência do grupo, mas de uma paciência desgastada. Às vezes, o jogador fica bravo com esse tira e põe, não é por mal. Mas acaba desgastando a paciência em todos os setores do elenco – opinou.

O elenco do Vasco ganhou dois dias de folga após o acesso (domingo e segunda). Os jogadores se reapresentam na próxima terça, no CFZ. A equipe fecha o ano no próximo sábado, contra o Avaí, na Ressacada, pela 38ª e última rodada da Série B.

 

GLOBO ESPORTE.COM

Palmeiras deixou de ser grande, na opinião de Marco Antônio Rodrigues

Comentarista lembra os altos e baixos do clube paulista nos últimos anos, onde passou de protagonista a coadjuvante nos campeonatos que disputou

O momento difícil do Palmeiras, que voltou a estar ameaçado pelo rebaixamento após um momento de alívio dentro do Campeonato Brasileiro, causa uma reflexão sobre a história recente do clube. Na opinião do comentarista Marco Antônio Rodrigues, o Alviverde “deixou de ser grande faz tempo”. Apesar da rica história, a equipe vem colecionado seguidos fracassos nos últimos anos.

– Faz tempo que o Palmeiras deixou de ser um grande time. Tem uma grande tradição, uma história maravilhosa, mas há muito tempo que o Palmeiras não disputa nada. O Palmeiras jogou a história dele para fora, há uma década que não entra para disputar título, e em todos os campeonatos. O Palmeiras perdeu a condição de grande time – analisou Marco Antônio Rodrigues durante o programa “Arena SporTV”.

O comentarista lembrou que foram poucos os momentos de felicidade que o torcedor teve na última década. Para Marco Antônio Rodrigues, momentos como a conquista da Copa do Brasil em 2012 foram um “espasmo”. Cabe lembrar que naquele mesmo ano o Palmeiras foi rebaixado para a Série B, algo que já havia ocorrido em 2002 e que pode se repetir agora.

– O Palmeiras teve alguns espamos, como o título da Copa do Brasil com o Felipão, Deus sabe como, e em algum momento no Campeonato Brasileiro que chegou a disputar o título – completou o comentarista.

A salvação para o Alviverde, segundo Marco Antônio Rodrigues, pode ser a sua nova arena. O estádio palmeirense foi inaugurado há menos de uma semana e promete trazer recursos financeiros para o clube.

– Acho que o Palmeiras tem nas mãos agora algo que pode fazer o clube renascer, que é um belíssimo estádio em um lugar espetacular de São Paulo, que vai ter muitos eventos fora do futebol e deve fazer o clube arrecadar mais. É uma casa importante tecnicamente. Se o Palmeiras não cair, que remonte um grande time, porque o Palmeiras deixou de ser grande faz tempo.

Arena Palmeiras - Palmeiras X Sport (Foto: Marcos Ribolli)
Nova arena do Palmeiras pode ser fundamental na reconstrução do clube (Foto: Marcos Ribolli)

Após a 36ª rodada do Campeonato Brasileiro, o Palmeiras ocupa a 16ª colocação com 39 pontos. A equipe paulista tem um ponto a mais que o Vitória, que é o primeiro clube na zona do rebaixamento. Na próxima rodada o Alviverde terá um compromisso complicado contra o Internacional, no próximo sábado, no Beira-Rio, em Porto Alegre. O último compromisso palmeirense na Série A será contra o Atlético-PR, em sua nova arena.

 

SPORTV.COM

Jorge Valdivia questiona discursos no clube e dispara: “Todo ano é a mesma coisa”

Chileno questiona planejamento do clube e se diz envergonhado com a má fase: “Antigamente era: se ganha título, vira ídolo; agora, se deixa na Série A vira ídolo”.

Valdivia coletiva Palmeiras (Foto: Marcelo Hazan)

Valdivia em entrevista coletiva na Academia de Futebol, nesta terça-feira (Foto: Marcelo Hazan)

Jorge Valdivia pode ser apontado como a principal esperança de dias melhores (ou menos piores) para o Palmeiras na reta final do Campeonato Brasileiro. Capitão da equipe desde que Dorival Júnior assumiu o comando, em setembro, o chileno tem adotado uma postura de liderança dentro e fora de campo. Sem medo de adotar um discurso forte e de impacto, o Mago disparou contra a vida política do Verdão e o planejamento do clube em entrevista coletiva nesta terça-feira, na Academia de Futebol.

Envergonhado e preocupado com o momento vivido pelo Palmeiras na temporada, Valdivia disse que a luta contra o rebaixamento não pode ser tornar uma realidade constante da equipe, que já encarou dois rebaixamentos em sua história, em 2002 e 2012, e está ameaçado novamente. O Mago pede dedicação total da equipe na reta final do Brasileirão, mas reitera que tal campanha não merece ser enaltecida.

– Título é muito importante, é o que mais interessa na carreira, o que o torcedor mais gosta. É por isso que acordamos para trabalhar, para sermos os melhores e vencedores. Pelo momento que estamos passando, deixar (o clube) na Série A não é um título, mas será um fato muito importante para ser lembrado. As pessoas pedem isso. Antigamente era: se ganha título, vira ídolo; agora é: se deixa na Série A vira ídolo. Sou contrário. Pela situação do time, temos de nos doar ao máximo, não só eu como o grupo será lembrado – citou.

O Palmeiras vai para as duas últimas rodadas do Campeonato Brasileiro precisando apenas das próprias forças para se garantir na Série A. Com 39 pontos, o Verdão ocupa a 16ª colocação e tem um ponto de vantagem para o Vitória, hoje na 17ª posição e primeiro integrante da zona de rebaixamento. Depois do confronto contra o Internacional, em Porto Alegre, o time do técnico Dorival Júnior terá pela frente o Atlético-PR, em seu novo estádio.

Para o camisa 10, o principal problema encontrado pelo Palmeiras no ano do seu centenário foi a montagem do elenco. Ele cita os mineiros Cruzeiro e Atlético como exemplos a serem seguidos no futebol brasileiro. Mago criticou também os candidatos à presidência, que no próximo sábado disputarão pleito na sede social alviverde.

– Pelo o que Paulo (Nobre) e (Wlademir) Pescarmona estão falando, querem formar time forte. Mas todo ano é a mesma coisa. O papo é o mesmo, equipe forte, que dispute título, com jogadores… Não é questão de trazer Messi e Cristiano Ronaldo, mas tem de ter elenco para um jogador só não levar a responsabilidade. Concordo com tudo o que estão falando de time grande, de fazer contratações do tipo que estão falando. Mas, às vezes, não garante título. Cruzeiro contratou muito pouco e foi campeão de novo. Atlético perdeu grandes jogadores, mas tem elenco grande e de qualidade – afirmou o atleta.

– Quando resultado não vem, perde confiança, capacidade de acreditar em você mesmo. Isso acontece, já passei por isso em 2012. Às vezes, jogava e não me sentia bem, perdia confiança em mim mesmo. Continuo acreditando que nosso time é bom. Não é o pior do Brasileirão, tenho certeza – completou.

Confira a entrevista coletiva de Valdivia:

Rebaixamento em 2012

– Em 2012 foi diferente. Caímos com muita antecedência e não dependia apenas do Palmeiras. Dependia de outros resultados. Agora a situação é um pouco diferente, o que se fala não é de Libertadores, de título, mas de novo, no ano do centenário do clube, a briga é para não cair. É difícil lidar com isso, dentro do grupo tem muitos jovens, criados em casa, e outros que nunca caíram para Série B. Eu e mais alguns sabemos o que isso significa. É complicado porque você treina a semana toda e chega no jogo sem fazer aquilo que realizou nos treinos. A confiança não é a mesma. A cabeça fica totalmente diferente. E como tem muita gente jovem, é difícil passar tudo o que significa cair para uma equipe como o Palmeiras. Mas vamos brigar até o último jogo para que isso não aconteça de novo. Neste ano que foi tão ruim, a nossa obrigação de deixar o Palmeiras a Série A precisa ser mantida.

Responsabilidade

– Quando o Palmeiras caiu, eu não era capitão, estava fora, e vocês (jornalistas) citaram que o maior culpado pela queda era eu. Agora que eu sou o capitão e e estou jogando, espero que a responsabilidade possa ser compartilhada, como pedi naquele momento. Em 2012, falei que não era o Valdivia, era todo mundo. E agora não muda muita coisa. Sou capitão, mas sempre que falei com vocês fui bem claro: não adianta um querer e os outros não. Tem jogadores que estão com contrato acabando, não sabe se vai ficar. É difícil para eles. A minha responsabilidade é a mesma de todos. Claro que você tem de exigir algo a mais pela experiência, pelos anos de clube, mas na hora que está lá dentro, todo mundo sabe o que tem de fazer. Se o Palmeiras cair não será apenas o Valdivia que vai para a Série B.

Fica se cair?

– Como o Palmeiras não caiu ainda, não posso responder a essa pergunta. Mesmo diante de tudo o que vem acontecendo neste ano com o Palmeiras, acredito muito (na permanência). Depende apenas dos jogadores, da comissão técnica e da diretoria. Em relação à continuidade aqui, meu contrato vai até agosto de 2015. Depois disso (Série A ou B) a gente vê, repensa e conversa sobre uma renovação. Como o Palmeiras não está na Série B, não posso responder.

Dorival disse que você é o único diferente. Caiu mal no grupo?

– Não sei se essa declaração pode cair mal  no grupo, até porque ninguém veio a publico criticar as declarações do treinador, ou mostrar um tipo de crítica sobre isso. Acho que o treinador tem o direito de expressar. Todos sabem da sua importância aqui e não podem ficar incomodados por tudo o que o treinador fala.

Jogadores em fim de contrato atrapalham?

– Final de contrato é muito complicado. Acredito que seja difícil para quem está nessa situação, porque tem jogador que pensa: “meu contrato está acabando e não vou me expor a ser xingado ou culpado pela queda”. Isso acontece, não posso ser falso. Mas quem está terminando o contrato precisa pensar ao contrário: “eu posso permanecer no clube e vou mostrar que a diretoria e o treinador podem confiar em mim”. Tem esses dois tipos de jogadores. Independentemente disso, precisa ter muita consciência do que isso significa. Eu sei o que é e espero que não aconteça no ano do centenário.

Transferência não concretizada atrapalhou?

– Não tem como responder porque eu voltei, joguei e teve jogos que o Palmeiras não ganhou. Outros jogos, eu não joguei, e o Palmeiras ganhou. Não posso responder se o time estaria em uma situação pior do que está hoje.

Mala branca para o Flamengo

– Eu não me preocupo com especulação, não posso responder sobre isso, até porque é difícil comprovar. Não sei se é verdadeiro. Até porque o Palmeiras dá 10, mas o Vitória pode dar 20. Não me preocupo se o Vitória vai ganhar, se vai ter dinheiro para o Flamengo. Eu quero ficar 100% preparado e treinado. A minha preocupação é o Palmeiras e ver que o grupo está motivado. Nesse momento, tem muita grana que pode motivar um ou outro. Acho que você é pago para jogar e ganhar. Tem, acontece, mas que eu saiba até agora ninguém veio falar comigo para entrar em contato com jogadores do Flamengo, até porque o Vanderlei (Luxemburgo) falou que não tem essa questão de não querer ganhar. Insisto que não posso responder a pergunta se tem grana. Posso responder que o Palmeiras tem duas chances para seguir na Série A: Inter e Atlético-PR.

É mais complicado decidir tudo em casa na última rodada?

– Sim, concordo. Se acontecer uma derrota do Flamengo e acontecer uma fatalidade do nosso lado, o último jogo vai ser muito complicado. Se conseguirmos o resultado positivo, mesmo que o Vitória vença, vai ser ainda mais complicado. Dos dois jeitos será difícil.

A administração Paulo Nobre pensou pequeno?

– Não tem um presidente no Palmeiras, no Santos, no Cruzeiro ou qualquer outro clube, que pensa pequeno. Menos ainda quando você é presidente do Palmeiras no ano do centenário. Não foi esse o pensamento do Paulo. Erros todo mundo cometem. Agora, quando você é homem e reconhece que cometeu erros, é um passo importante. Perdemos grandes jogadores, por vários motivos. Mas não adianta no dia 25 de novembro ficar lamentando a perda de jogadores que eram importantes para o grupo. O Paulo também é torcedor e nunca vai desejar o mal para o Palmeiras, mas nosso momento é um dos piores.

Por que o Palmeiras chegou a essa situação?

– Começamos bem. Antes da Copa do Mundo o Palmeiras estava em sexto. Veio outro treinador, que não conhecia o futebol brasileiro (Ricardo Gareca) e demorou muito para tomar conhecimento. Infelizmente, havia muitos jogadores no departamento médico. Não fiquei muito tempo com ele (Gareca), porque teve a negociação para os Emirados. Mas perdemos muitos jogos seguidos, e aí a confiança muda. Tivemos bons resultados com o Dorival e depois sofremos um 6 a 0 para o Goiás. Mais adiante tivemos bons jogos nos confrontos de seis pontos: Botafogo, Bahia, Chapecoense… Depois da Copa foi o momento mais difícil. E o segundo está sendo agora: estamos sem ganhar há quatro jogos, sem fazer gols e não estamos jogando mais como antes.

Dores no quadril

– Teve um lance em que recebi um golpe na mesma região em que já tinha sofrido do Elias, contra o Corinthians. Senti muito, porque sofri uma ruptura no quadril. Foi na semana do jogo do Bahia, mas joguei com uma faixa. Contra a Venezuela (pela seleção do Chile) teve um golpe também e senti novamente. Depois descansei e senti o incômodo no (músculo) posterior da coxa. Antigamente, uma lesão me tiraria por um ou dois meses. Agora não é mais assim. O risco de jogar contra o Sport era agravar uma lesão que me tirasse da reta final. Contra o Coritiba, voltei a sentir o mesmo incômodo nos dez minutos iniciais, mas fui até onde deu e no intervalo houve a troca pelo Diogo. Acho que foi a melhor opção, porque não aguentaria. Essas duas últimas partidas significam o mesmo que uma Copa do Mundo para mim.

Antes quase livre; agora perto do Z-4

– Futebol é muito dinâmico. Eu sempre disse que não dava para respirar tranquilo, porque havia jogos que definiriam o nosso final de campeonato. Tivemos resultados ruins que acabaram nos levando a essa situação. É difícil de explicar e argumentar. Hoje, mais do que nunca, não é o momento para pensar nos jogos que passaram, mas de saber que se perdermos esses dois últimos jogos viveremos um inferno.

Eleição: Nobre ou Pescarmona?

– O melhor para o futuro do Palmeiras é que o presidente saiba da grandeza que o clube tem. Se o Paulo continuar, tenho certeza que ele vai fazer tudo o que deixou de fazer esse ano. Se o Pescarmona vier, pelo o que ele esta falando, vão muitos jogadores embora e ele vai contratar grandes jogadores. Acho que grandes jogadores na história do futebol não ganharam nada, mas, sim, grandes homens.

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