Trio de frente do Esmeraldino tenta surpreender saída de bola do Fla, no Maracanã, mas não contém ágil toque de bola. Desfalques na lateral, meio e ataque pesam.

Mesmo enfraquecido pelos desfalques de William Matheus, Hugo e Walter no segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil, o Goiás, em desvantagem, partiu para o tudo ou nada no Maracanã. Marcou um gol aos quatro minutos, na cabeçada de Eduardo Sasha, e tentou surpreender o Flamengo com uma marcação sob pressão para acabar logo com a vantagem construída pelo rival no Serra Dourada, quarta-feira da semana passada. Mas a estratégia do técnico Enderson Moreira não esperava encontrar um time tão confiante e envolvente, que levantou a cabeça e, ao melhor estilo “tiki taka” espanhol, fez 2 a 1 e desmontou a tentativa do Esmeraldino.
Em vários momentos do primeiro tempo, a troca de passes ágil de Luiz Antonio, Elias, Carlos Eduardo, Paulinho e Hernane criou chances de gol – os laterais Léo Moura e André Santos, eventualmente, também participaram. Numa delas – a mais bonita -, o Brocador balançou a rede, empatando o duelo. Do outro lado, antes de a jogada nascer nos pés dos zagueiros, Sasha, Roni e Renan Oliveira davam combate na base da correria . A ação surtiu efeito e garantiu até um alto tempo de posse. O problema era: o que fazer com a bola?
Apesar da comoção em torno da perda de Walter, lesionado, o meia Hugo, suspenso, foi uma ausência tão sentida quanto o artilheiro. Na escalação, não havia um meia de ligação, e por pelo menos dez vezes a jogada foi desperdiçada com lançamentos longos e improdutivos . Para piorar, o volante David, que poderia auxiliar na função, foi quem mais errou passes – sete, ao lado do lateral Vitor, outra arma alviverde que sucumbiu à falta de entrosamento ofensivo da formação improvisada.
Outro pecado do Goiás foi recuar em demasia após largar na frente do placar. A partida havia apenas começado, e qualquer gol do Flamengo complicaria ainda mais a situação. Isso permitiu que a equipe de Jayme de Almeida dominasse o campo de ataque – por vezes, sete jogadores rubro-negros se colocaram da intermediária para a frente, mesmo sem precisar da vitória.
Já no desespero, pois necessitava de dois gols, Enderson mudou a cara esmeraldina. Aproveitando-se do aparente cansaço do adversário, esteve perto de empatar em jogadas que não foram vistas nos 45 minutos iniciais. Com a entrada de Ramon no meio – no lugar do garoto Mário Sérgio, que substituiu William Matheus em noite para esquecer -, os passes verticais reapareceram e fizeram com que o Flamengo apostasse nos contragolpes, que não tiveram sucesso. Júnior Viçosa e Renan Oliveira também se tornaram perigosos. Mas faltaram organização, calma e pontaria.
Aliás, a ala direita foi um diferencial no Maracanã. Assim como na improvisação do Fluminense no clássico do último domingo, a fragilidade do atleta do setor de marcação foi uma obsessão para o time carioca. Dali só não surgiram gols por falta de eficiência (caso de Paulinho, sozinho) ou erro da arbitragem (gol mal anulado de Hernane). Na defesa, por sua vez, Léo Moura e Wallace – de novo um dos destaques – sobraram. Roni caiu pela ponta canhota, mas, apático e sem apoio, foi sacado no intervalo para a entrada de Welinton Júnior.

Mesmo com o 2 a 1 no marcador, o Fla não perdia as chances de ser intenso, por vezes atacando com sete jogadores – cinco em linha. Já no segundo tempo, porém, o time recuou bastante e quase levou o empate (Foto: Reprodução)
Análises rápidas:
* Luiz Antônio errou apenas um dos 38 passes que deu no jogo. Foi o melhor no fundamento, elevando a alta média do Flamengo, que chegou a 90% de acerto.
* Os zagueiros Rodrigo e Wallace, em grande fase, travaram um duelo de desarmes. No fim, 11 a 10 para o rubro-negro. O alviverde, no entanto, teve mais trabalho, cortando bolas dentro da área e encarando dois adversários no mesmo lance mais de uma vez.
* Além dos sete erros de passes de Davi – explicado acima -, quem também decepcionou foi Renan Oliveira, o escolhido para a posição de Walter. O camisa 9 chutou só uma bola a gol, no segundo tempo, e pouco se movimentou. O oposto à característica do companheiro.
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