Moradias irregulares são demolidas em frente ao Aeroporto Pinto Martins

Local foi invadido há cerca de 2 meses por 350 famílias

Restos de madeira e alguns móveis no meio da rua foi o que sobrou dos barracos armados em um terreno às margens da Avenida Carlos Jereissati, em frente ao Aeroporto Pinto Martins, após a demolição executada pela Secretaria Executiva Regional (SER) VI. O local invadido há cerca de 2 meses por 350 famílias foi desocupado na tarde desta terça-feira (29) pela Prefeitura de Fortaleza. Essa é a quinta vez que as moradias são destruídas.

Essa é a quinta vez que as moradias são destruídas FOTO: Erika Fonseca

Enquanto aguardavam um trator terminar o serviço, os moradores reclamavam da falta de aviso prévio sobre a remoção e de um tempo hábil para retirar os pertences de dentro dos barracos.

Além de representantes da Regional VI, cerca de 25 agentes da guarda municipal e 12 do Comando Tático Motorizado (Cotam) permaneceram próximos ao acampamento durante a operação. “Não deu tempo de tirar meus móveis, minhas coisas. Já chegaram arrancando os fios [elétricos] e mandando a gente sair”, relata uma das acampadas, Francisca Cassiano de Sousa, de 53 anos.

Prefeitura alega que terreno é área de conservação ambiental

A Regional IV declarou que a ocupação do terreno é irregular por se tratar de uma Zona Especial Ambiental (ZEA). “Não são permitidas novas ocupações e parcelamentos do solo. No espaço, só podem ser promovidas ações que visem à manutenção das áreas de conservação e preservação ambiental, oferecendo espaços públicos adequados ao lazer da população, sem intervenção significativa no bioma”, explicou.

A Prefeitura informou ainda que fará um cadastramento dos moradores para que sejam inscritos no programa de moradia.

Logo após a máquina e funcionários da gestão municipal deixarem o local, por volta das 16h, moradores já iniciaram a demarcação dos terrenos com cordas e estacas. “Eu não tenho onde dormir. Vou reconstruir minha casa aqui ainda hoje”, afirmou Vírginia Pereira da Silva, uma das primeiras a mudar-se para a ocupação ao lado do neto de 3 anos.

 

Diário do Nordeste-Cidade-29/10/2013