Regime norte-coreano quer que EUA encerrem exercícios militares.
Conselho de Segurança da ONU estuda novas sanções ao país.
A Coreia do Norte elevou o tom e ameaçou nesta terça-feira (5) que pode abandonar o armistício assinado em 1953, que encerrou um conflito de três anos com a rival e vizinha Coreia do Sul, caso a Coreia do Sul e os EUA continuem com os exercícios militares conjuntos anuais.
A ameaça foi atribuída pela agência de notícias KCNA ao porta-voz do Comando Supremo do Exército do Povo Coreano e eleva o nível da retórica belicosa do Norte, no mesmo dia em que o país enfrenta a possibilidade de receber mais sanções internacionais, do Conselho de Segurança da ONU, depois de ter realizado seu terceiro teste nuclear no mês passado.
O país já alertou sobre a “destruição” do Sul, caso este continue com seus exercícios militares com os EUA.
As duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra, depois que a guerra civil de 1950 a 1953 terminou apenas com uma trégua, ao invés de um tratado de paz.
Cerca de 200 mil soldados coreanos e 10 mil soldados dos EUA devem ser mobilizados para o exercício defensivo “Foal Eagle”, sob o Comando das Forças Combinadas, que começou em 1º de março e vai até o final de abril. Treinos separados simulados em computador chamados “Key Resolve” começam em 11 de março.
Falando sob condição de anonimato, diplomatas da ONU disseram que esperavam receber o texto de um projeto de resolução sobre a Coreia do Norte na sessão de terça-feira do Conselho de Segurança da ONU. Eles acrescentaram que gostariam de ver a votação do Conselho sobre a resolução até o final desta semana.
“Espero ver um projeto talvez amanhã, mas você sabe que depende dos norte-americanos”, disse um diplomata à Reuters sob condição de anonimato. Detalhes do projeto não estavam imediatamente disponíveis.
A assessoria de imprensa da ONU anunciou separadamente que a Rússia, que detém a presidência do Conselho de Segurança de 15 nações este mês, iria convocar consultas a portas fechadas sobre a Coreia do Norte às 13h (horário de Brasília), em Nova York, nesta terça-feira.
O Ministério das Relações Exteriores da China se recusou a confirmar que tinha chegado a um acordo com os Estados Unidos.
“Nós já dissemos muitas vezes que a China apoia uma resposta apropriada do Conselho de Segurança e também expressamos a nossa posição de que somos contra a Coreia do Norte realizar seu teste nuclear”, disse a porta-voz Hua Chunying a repórteres .