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A contratação de Dani Calabresa pela Band reacende de forma intensa a discussão sobre os artifícios que a emissora do Morumbi tem para conseguir cada vez mais espaço entre os brasileiros, principalmente quando um ano novo e a renovação que ele carrega se aproxima. Agora, com mais uma integrante de peso para o casting do canal, a direção precisa começar a ambicionar voos maiores que os atuais.
É engraçado observar que a Rede Bandeirantes, apesar de na TV aberta ser só a quarta no ranking, não deve nada para nenhum outro grande grupo de comunicação no país em quase todos os ramos. Com importantes canais de rádio de música e notícias, portal na internet, uma grande emissora na TV aberta, canais exclusivos de esportes e notícias na TV fechada, além de uma forte equipe em todos os setores, o grupo consegue se destacar de vários outros que se dizem importantes.
O intrigante é que, com tudo isso, o que falta para virar uma potência, tanto em faturamento quanto em audiência, como outros gigantes? Se a resposta fosse tão simples, a questão já estaria resolvida. E, falando especialmente na Band, o que falta para a disparata nos números do Ibope? Algumas pistas indicam o rumo que a emissora deveria seguir.
No área de jornalismo, há profissionais tão bons que teriam tranquilamente espaço em quaisquer outras emissoras, como Ricardo Boechat, Marcio Campos e José Luiz Datena, por exemplo. Além disso, as coberturas jornalísticas da Band são de primeira linha – vide a qualidade editorial e técnica do “Jornal da Band”. Mais um telejornal diário com bancada enriqueceria ainda mais o setor do canal.
No ramo do esporte, é inquestionável a forte presença da TV Bandeirantes. Transmissões esportivas com os melhores locutores, repórteres e comentaristas consideráveis, programas com ênfase em debates esportivos, como o público gosta, e vários outros fatores fazem da Band referência no assunto. Credibilidade nasce de investimento. Talvez falte, nesse caso, somente mais padrão, organização: muitos comentaristas acham que são os donos da verdade e acabam exagerando em diversas ocasiões. Esse exagero soa mal ao telespectador.
Na área do humor, a chegada do “Pânico” colocou a Band num patamar onde nenhuma outra empresa de comunicação brasileira se encontra. A turma de Emílio Surita, junto com o incomparável “CQC” e o já consagrado “Agora é Tarde”, são os grandes responsáveis pela reformulação do humor no Brasil e tem uma força imensurável entre o público jovem. O canal poderia investir mais em divulgação para esses programas. A chegada de Dani Calabresa reforça ainda mais isso.
Outra área em que a Band poderia entrar de cabeça é a de dramaturgia. É de conhecimento de todos que não há mais espaços para produções de novelas no país, a programação televisiva já está saturada delas, mas, com a contratação de bons escritores e atores, é possível investir em séries de curta duração e fisgar justamente esse público impaciente e cansado. É preciso apostar.
A Band tem condições de, em 2013, sair do seu ponto de conforto e lutar por maiores troféus. Às vezes, o que dá a parecer é que falta ousadia.
Breno Cunha escreve sobre mídia e televisão há quatro anos e sempre foi conhecido por grandes discussões provocadas por suas críticas. No NaTelinha não é diferente. Converse com ele: brenocunha@natelinha.com.br / Twitter @cunhabreno
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