
Numa decisão tudo pode acontecer. Mas pelo que Corinthians e Chelsea jogaram nas semifinais e pelos excelentes jogadores que tem, o clube inglês entra como favorito. O que não quer dizer que o Timão não possa vencer. Só que precisará jogar bem mais e os “Blues” bem menos. Inclusive porque o Monterrey é melhor que o Al Ahly. Será que um “gabiru” cairá duas vezes no mesmo lugar?
Baseado nas últimas atuações do milionário time de Roman Abramovich, na Liga dos Campeões e no Campeonato Inglês, confesso que esperava um Chelsea bem menos eficiente. Considerava até o Corinthians uma equipe mais bem armada que o seu próximo adversário, embora inferior a ele em valores individuais. Ao menos nas semifinais, entretanto a equipe da Inglaterra se mostrou superior nos dois quesitos: suas estrelas brilharam mais e o desempenho coletivo foi indiscutivelmente mais convincente.
É claro que a final será um outro jogo no qual tudo pode acontecer e já vimos, em outros Mundiais, times brasileiros mais fracos que seus adversários europeus acabarem conquistando o título.
O exemplo mais marcante aconteceu em 2006, quando o Internacional, dirigido por Abel, bateu o galático Barcelona, na época áurea de Ronaldinho Gaúcho. Aquele 1 a 0, gol de Adriano Gabiru, é a mais perfeita tradução (ave, Caetano!) de uma zebra no “velho e violento esporte bretão”. Inclusive porque o Barça foi superior o tempo todo e o Inter chegou à vitória num contra-ataque isolado.
Um ano antes, o São Paulo tivera triunfo semelhante contra o Liverpool, na época dirigido por esse mesmo técnico espanhol que agora comanda o Chelsea. Foi outro massacre, com defesas milagrosas de Rogério Ceni e três gols anulados (dois discutíveis) do time da terra dos Beatles. O próprio Rafa Benitez lembrou disso, na entrevista após a vitória, comentando que no próximo domingo é fundamental que o Chelsea transforme em gols o maior número possível das oportunidades que criar.
Ao que tudo indica, a final tende a ser um desses jogos de gato contra rato. Após assistir a impressionante exibição de seu adversário, duvido que Tite não arme o Corinthians fechadinho na defesa, tentando sair apenas em contra-ataques rápidos. E aposto também que o Chelsea vai se lançar à frente, desde o início, como fez contra os mexicanos.
Que o campeão da Libertadores é melhor que o da Concacaf não tenho dúvida. Mas após a vitória inglesa em Yokohama, fiquei com a nítida impressão de que os brasileiros precisarão fazer o jogo de suas vidas para conquistarem o título. O Chelsea deixou claro na última quinta-feira que não foi ao Japão para passear. E tem uma baita equipe.
Coluna redigida pelo jornalista Renato Maurício Prado para o jornal carioca O GLOBO no dia 14 de dezembro de 2012
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