‘Meu ciclo está se fechando’, afirma o técnico do Fortaleza após eliminação. Vica afirmou que a ‘ferida da derrota’ demoraria a cicatrizar e deu a entender que estaria de saída do clube, após o jogo contra o Oeste-SP

Vica (Foto: Fabiane de Paula/Agência Diário)

Vica (Foto: Fabiane de Paula/Agência Diário)

Após a derrota para o Oeste-SP, neste domingo (11), no PV, por 3×1, o técnico Vica afirmou que a ‘ferida da derrota’ demoraria a cicatrizar e ainda deu a entender que estaria saindo do comando do Fortaleza.

– Depois de hoje, eu acho que o meu ciclo está se fechando, aqui no Fortaleza – afirmou.

Vale ressaltar que esta foi a primeira derrota de Vica, no comando do Leão. No entanto, para o técnico, a excelente campanha do time, na primeira fase, será apagada com a derrota de hoje.

– Tudo vai se apagar com o que fizemos aqui. Essa é a realidade do treinador, é a realidade do futebol. A história não vai dizer o que conquistamos na primeira fase, vai dizer que o Fortaleza não se classificou para a Série B. Tenho consciência disso – pontuou.

O treinador ainda defendeu o time e disse que os jogadores não amarelaram. Para ele, houve completa doação do time, dentro de campo, durante todo o jogo.

– Os jogadores tentaram, tiveram chances para fazer os gols, mas infelizmente não conseguiram – concluiu.

‘Trocaria tudo pelo acesso’, diz Vica após derrota do Fortaleza no PV Treinador diz que campanha do Leão foi bem planejada, mas lamentou o resultado deste domingo (11) e disse que a ‘decepção era muito grande’

Vica coletiva (Foto: Lucas de Meneses/Agência Diário)

Vica disse que ‘trocaria tudo pelo acesso’
(Foto: Lucas de Meneses/Agência Diário)

 

Após a derrota do Fortaleza para o Oeste-SP, por 3 a 1, no PV, o técnico Vica afirmou, em coletiva, que trocaria toda a campanha feita na primeira fase pela vitória, neste domingo (11).

– Trocaria tudo isso pelo acesso, hoje. Tudo foi muito bem feito, muito bem planejado, mas assim mesmo, com todo esse potencial que o time tinha, não conseguimos o acesso – afirma.

O técnico ainda analisou o jogo e disse que a equipe teve oportunidades para conseguir a virada, mas acabou não sendo efetiva. Para o técnico, o Oeste-SP, no entanto, aproveitou as poucas chances que teve e decidiu o placar.

– Descuidamos e, num momento rápido, de contra ataque, eles conseguiram fazer um gol. Os jogadores tiveram oportunidades, mas infelizmente não conseguiram marcar – lamenta.

O técnico ainda admitiu que a “decepção era muito grande”. Ele acrescentou que a disputa, de qualquer maneira, seria injusta. Com a derrota, a boa campanha do tricolor na primeira fase fica em segundo plano. Caso o Fortaleza tivesse vencido, a boa campanha do Oeste também teria sido deixada pra trás, segundo Vica.

– Nesse momento, a gente se sente como fracassados, com a derrota – finalizou.

Torcida do Fortaleza pratica vandalismo no Estádio Presidente Vargas

Cadeiras quebradas e arremessadas no campo do PV após eliminação do Fortaleza na Série C para o Oeste (Foto: Alex Costa/Agência Diário)

Cadeiras quebradas e arremessadas no campo do
PV (Foto: Alex Costa/Agência Diário)

A derrota para do Fortaleza para o Oeste por 3 a 1 neste domingo, no Estádio Presidente Vargas, pela Série C do Campeonato Brasileiro, deixou a torcida tricolor revoltada.

Muitos torcedores quebraram as cadeiras do estádio e as arremessaram em campo. Seguranças também foram agredidos por torcedores após o fim do jogo ao tentar impedir a depredação do PV.

Durante o segundo tempo do jogo, quando o Oeste marcou o segundo gol, torcedores começaram a quebrar as cadeiras do estádio. Logo após o terceiro gol paulista, aos 49 minutos, a torcida começou a arremessar outros objetos em campo, como garrafas de água.

Antes do juiz apitar o fim do jogo, mais cadeiras foram arrancadas e arremessadas no campo de jogo. A Polícia Militar precisou intervir para acalmar os ânimos.

Na primeira contagem dos funcionários do Estádio Presidente Vargas, 65 cadeiras das arquibancadas foram depredadas.

Renato Maurício Prado analisa os bastidores da eleição no Flamengo

Não há como deixar de considerar golpe o que aconteceu na sexta-feira à noite no Conselho de Administração do Flamengo, na Gávea.

À fria luz do estatuto do clube, nenhuma das três chapas que corriam riscos de impugnação poderia ter sido validadas. Nem a de Patrícia Amorim, que até hoje não teve aprovadas as contas de 2011, nem a de Jorge Rodrigues, que, através de sua empresa (Triunfo), é patrocinador do time de futebol, nem a de Wallim Vasconcelos, que não tem cinco anos consecutivos de vida associativa desde que voltou a ser sócio.

As três chapas, contudo, já tinham sido analisadas e aprovadas nas comissões jurídica e eleitoral do Flamengo. O correto, portanto, seria que fossem aceitas no Conselho de Administração e disputassem, nas urnas, a presidência no triênio de 2013 a 2015.

Mas aí houve o golpe. As chapas de Patrícia e Jorge foram aprovadas, sem sustos (não custa lembrar, foi a atual diretoria quem indiciou 48 dos 100 membros do conselho)e as candidaturas de Wallim e Rodolfo Landim, impugnadas.

Por que? Pelo simples fato de que Wallim era visto como a maior ameaça à reeleição da atual mandatária. Além do apoio maciço da torcida, já contava com crescente simpatia entre os sócios e as pesquisas indicavam que era o favorito da oposição.

Diante disso, a tropa de choque da situação jogou pesado para tirar do caminho o maior obstáculo à reeleição de Patrícia Amorim.

A guerra, porém, ainda não acabou. A chapa “Flamengo campeão do mundo” apenas trocou de candidatos e o administrador de empresas Eduardo Bandeira de Mello, de 59 anos e há 35 como executivo do BNDES, se tornou o substituto de Wallim Vasconcelos. Ele é membro do Conselho Deliberativo do clube e sócio-proprietário desde 1978.

Os próximos capítulos dessa novela na qual vale-tudo e não faltam vilões de todos os tipos, prometem deixar os rubro-negros de cabelos em pé…

Pobre Flamengo!

 

Coluna redigida pelo jornalista Renato Maurício Prado para o jornal carioca O GLOBO

‘Camarote’ ao ar livre vai do apoio às lágrimas dos palmeirenses .

Torcedores no alambrado, atrás do banco de Kleina, dão show à parte, mas se debruçam com a vitória do Fluminense e a proximidade do rebaixamento .

 

O Palmeiras levou o jogo contra o Fluminense para Presidente Prudente muito por conta do ótimo retrospecto na cidade e do apoio que poderia receber da torcida. E a extensa área de cimento que separa as arquibancadas do gramado virou um “camarote” dos mais inusitados durante a partida. Atrás do banco de reservas de Gilson Kleina, cerca de 30 palmeirenses protagonizaram cenas de drama, terror e comédia no alambrado.

O elenco do “camarote”, sob sol forte, tinha de tudo: senhores de bastante idade, mulheres, homens irados e outros mais calmos, e duas crianças, uma com a camisa de Barcos, e outra mais antiga, do gladiador Kleber, que só queriam saber de correr de um lado para o outro.

Envolto numa bandeira verde, um rapaz parecia acompanhar a bola. Corria quando o Palmeiras atacava e sofria calado a cada bola perdida. Já um parceiro alviverde era mais duro. Não perdoou o lateral-esquerdo Juninho, atleta mais próximo do alambrado, e encheu o atacante Obina de cobranças.

– Você não honra essa camisa, não aguenta correr! Faz igual ao João Vitor, e fica em casa!

Jogadores Palmeiras x Fluminense (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Palmeirenses tiveram apoio da torcida. Mas Flu levou a melhor (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

Quando Barcos cabeceou para fora, um pai, inconformado, ameaçou jogar o boné no chão. Exemplo para o filhinho, que segundos depois já pulava sobre o seu boné, se divertindo. E o mais aplaudido foi mesmo Henrique, quando deixou o gramado aos prantos, lesionado.

– Isso, Henrique, dá seu sangue, que estamos com você!

A contusão do zagueiro protagonizou até um raro instante de solidariedade. Na volta do time para o segundo tempo, entre protestos e cobranças, um torcedor, pendurado na grade, perguntou a Luan, no banco de reservas, se Henrique estava bem, e recebeu um positivo como resposta.

O intervalo, aliás, teve uma cena comovente. Uma jovem de cabelos castanhos claros e blusa vermelha ajoelhada, aos prantos, desde o primeiro gol de Fred, recebeu consolo até de pessoas da Federação, que estavam atrás do banco de Gilson Kleina. O técnico recebeu apoio quando colocou Maikon Leite em campo, menos do mais bravo, aquele mesmo que xingara Obina, o substituído:

– Já tinha que ter começado com o Maikon, né, Kleina?! Pelo amor de Deus!

Torcedor Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Torcedor do Palmeiras lamenta a derrota para o Flu
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

O camisa 7 era mesmo um ídolo do setor. Houve até quem pedisse a ele que fosse tirar uma foto no alambrado caso fizesse um gol.

Do segundo gol do artilheiro do Fluminense ao empate do Palmeiras, o desespero total se transformou em esperança. Os palmeirenses voltaram a correr de um lado para o outro, acompanharam a bola e quase deram carrinhos para completar os cruzamentos que rondavam a área tricolor.

Mas, aos poucos, o Verdão se cansou em campo e o terceiro gol de Fred fez com que o seleto grupo de alviverdes se debruçasse sobre a grade. Não havia mais forças para gritar ou cobrar. Lágrimas e silêncio eram o complemento perfeito para a frase melancólica de um pai, já idoso, para o filho:

– Acabou.

Renato Maurício Prado comenta o tetra do Fluminense

Agora nem o mais cauteloso ou pessimista dos tricolores pode deixar de reconhecer aquilo que já se desenhava há várias rodadas. O Fluminense é o campeão brasieiro de 2012, garantindo matematicamente o título com três rodadas de antecedência, graças a uma campanha espetacular e inédita na história dos pontos corridos.

Ataque mais positivo, defesa menos vazada, artilheiro do torneio, dizer mais o que? O Flu sobrou na competição e mesmo sem chegar a dar grandes shows de bola, deu um impressionante show de eficiência. Perdeu apenas três jogos em 35 e venceu 22.

O tricolor das Laranjeiras pode se gabar, também, de ter os dois maiores destaques individuais do Brasileirão: o artilheiro Fred, uma vez mais decisivo, diante do Palmeiras, e o goleiro Diego Cavalieri, que também brilhou, fazendo mais uma defesa portentosa, num momento dramático do jogo – se os palmeirenses chegassem a fazer 3 a 2 (e naquele instante o placar era 2 a 2) o título seria adiado por mais pelo menos mais uma rodada.

Cavalieri, porém, realizou mais um milagre e, pouco depois, Fred abençoou o título, marcando o terceiro – já fizera o primeiro, abrindo o placar, e foi também num chute seu, que a bola desviou na zaga, antes de entrar na baliza palmeirense pela segunda vez. Assim como na maioria dos jogos no certame, o goleiro e o artilheiro fizeram a diferença a favor do Fluminense.

Seria injusto, contudo, restringir o mérito do tetracampeonato a apenas esses dois. O Flu provou ter, além deles, um senhor time, do goleiro ao ponta-esquerda, passando pelo banco de reservas – também o mais forte do país.

Jogadores como Jean e Wellinton Nem, além de Deco, quando pode estar em campo, e Thiago Neves, apesar de irregular, ajudaram a garantir um brilho especial ao time de Abel, que contou ainda com reservas de peso, como Rafael Sóbis, Wagner, Samuel, Marco Júnior, Valência e até Diguinho.

Justiça seja feita, na vitória em Presidente Prudente, os dois cabeças-de-área foram os responsáveis diretos pela reação tricolor, depois que o Palmeiras empatou e ameaçava tomar conta do gramado.

Com os dois protegendo a defesa, o Flu se reequilibrou, evitou a avalanche palmeirense e pode voltar a armar os contra-ataques que decidiram o confronto e o título.

Foi 3 a 2, mas poderia ter sido até 4 a 2, pois chances para tanto surgiram depois que o time das Laranjeiras se reequilibrou em campo.

Juntamente com o quarto campeonato brasileiro, a torcida tricolor ganhou, ao final da partida, mais um presente: diante dos apelos de alguns torcedores, que gritavam “Fica, Abel!”, o treinador interrompeu a entrevista que dava à beira das quatro linhas e garantiu:

– Fico!

Com esse elenco fortíssimo e um ou dois reforços (fala-se em Conca ou Montillo), o Fluminense é, desde já, um dos favoritos para o título da Libertadores do ano que vem. Um dos poucos que lhe falta em sua gloriosa história.

E que seus adversários não duvidem disso. Em quatro anos, o Flu realizou três grandes campanhas (a da reta final do Brasileirão de 2009, escapando milagrosamente do rebaixamento; e as dos tíulos de 2010 e 2012).

Nenhum outro clube foi tão eficiente no mesmo período.

 

Coluna redigida pelo jornalista Renato Maurício Prado para o jornal carioca O GLOBO