Li hoje que mais uma promessa de Xerém foi vendida para o exterior, antes mesmo de se firmar no time de cima.
Isso já tinha acontecido com os laterais gêmeos Fábio e Rafael, que foram negociados com o Manchester United ainda nas divisões de base.
O mesmo ocorre agora com outro lateral, Wallace, que tem apenas 18 anos. O Fluminense já tinha cedido 40% de seus direitos federativos ao Chelsea, na negociação para trazer Deco, e agora vendeu o restante por cerca de R$ 14 milhões.
Detalhe: na mesma negociação que o Flu trouxe Deco, outros dois jovens valores das divisões de base de Xerém foram envolvidos: o lateral-esquerdo Ronan e o atacante Rafael Pernão, que atualmente está no Inter.
Tudo muito bom, tudo muito bem, nas Laranjeiras, afinal, o Fluminense está conquistando o seu segundo titulo brasileiro em apenas três anos. Mas quando se olha para as escalações dessas duas conquistas, quantos jogadores formados na base tricolor foram decisivos ou, no mínimo, titulares?
Pois é. Será que estamos no caminho certo? Vender nossos garotos talentosos e trazer do exterior, a peso de ouro, craques em final de carreira?
Como todas essas crises, desvalorizações de moeda e coisa e tal, o Brasil já é hoje em dia a quinta economia do mundo!
Precisamos continuar a vender nossa melhor matéria prima e gastar autênticas fortunas pra pegar o refugo que vem de fora?
É um tema e tanto para reflexão.
Coluna redigida pelo jornalista Renato Maurício Prado para o jornal carioca O GLOBO